O temporal da noite desta quinta-feira deixou estragos em Belo Horizonte. Pela cidade, ainda há lama, árvores caídas, falta de energia, crateras em ruas, casas destelhadas e trânsito caótico. De acordo com o balanço da Defesa Civil, foram registradas 110 ocorrências das 18h50 de quinta-feira até às 14h50 desta sexta-feira. Os maiores números referem-se a 17 quedas de árvores, 16 alagamentos, nove riscos de quedas de árvore e oito riscos de destruição ou desabamento de muro. Já o Corpo de Bombeiros totalizou 387 ocorrências envolvendo as árvores da capital - seja para corte, poda ou risco de queda.
As outras ocorrências significativas foram de cinco destelhamentos, cinco pontos de enchentes ou inundações, quatro infiltrações com ameaça ou risco de causa humana, cinco tombamentos ou desabamentos de muros, sete trincas e/ou infiltrações.
A tempestade também causou danos ao sistema elétrico em várias regiões da capital. De acordo com a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), a interrupção no fornecimento de energia para clientes ocorreu nos bairros Santo Agostinho, Santo Antônio, Sion, São Bento, Santa Lúcia, Santa Efigênia, Sagrada Família, Horto e Boa Vista. Ainda existe um volume maior de faltas de energia, e outros locais da Região Metropolitana apresentam pontos desligados de forma pulverizada.
A maioria dos desligamentos foi provocada por objetos lançados na rede elétrica e queda de árvores de grande porte e galhos pela força do vento. De acordo com o serviço de meteorologia da Cemig, o volume pluviométrico chegou a 75mm no período de menos de uma hora, com rajadas de ventos de até 76 km/h e incidência de 175 raios em Belo Horizonte – número bastante expressivo.
Em nota, a Cemig informou que “os reparos na rede continuam nesta sexta-feira, e que mais de 500 profissionais estão mobilizados e trabalhando nos atendimentos, o que deve ocorrer ao longo da tarde e até o fim da noite”.
A Prefeitura de Belo Horizonte informou que os serviços das Gerências de Infraestrutura Urbana de todas as regionais estão concentrados no recolhimento de árvores e desobstrução das vias, além da limpeza de bocas-de-lobo. Segundo o órgão, as regionais mais atingidas com queda de árvores foram a Centro-Sul, Leste e Pampulha.
De acordo com a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura, até 30 de novembro deste ano foram realizadas 44.279 podas e 9.179 supressões, o que representa um aumento de 650% em relação ao ano de 2016 quando foram feitas 14.133 podas e 1.415 supressões. Em 2016, o investimento foi de R$ 2,8 milhões, em 2017 R$ 4 milhões e até 30 de novembro de 2018 já foram destinados mais de R$ 11 milhões para estes serviços.
Já a Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) informa que as equipes também estão trabalhando na remoção dos resíduos pós-chuva desde a noite de ontem. Os trabalhos se estenderam pela madrugada e devem durar ao longo do fim de semana. A SLU está recolhendo galhos de pequeno porte enquanto as Gerências de Infraestrutura Urbana estão cuidando dos troncos e galhos maiores.
* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.