O homem suspeito de atirar no porteiro de um prédio de luxo na última semana na Avenida Raja Gabaglia, Bairro Luxemburgo, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, durante uma tentativa de assalto é velho conhecido da polícia. Anderson Teixeira Alves, conhecido como Pica-pau, de 34 anos, cumpria pena por outros crimes e estava em regime aberto – quando deixa a cadeia durante o dia para trabalhar e retorna a noite. Investigações apontam que ele pode ter participado de outras nove ações de roubos a prédios na Região Centro-Sul. Ele foi detido no último sábado em um shopping da capital mineira onde fazia compras de Natal com a família. O porteiro atingido pelo tiro segue internado em estado gravíssimo. Ele já passou por três cirurgias e perdeu um dos rins.
O crime ocorreu na quarta-feira passada. Ao tentar impedir um assalto ao Edifício Beverly Hills, o funcionário do condomínio José Pereira de Souza foi atingido por um tiro, depois de quase 40 segundos de luta corporal com o criminoso, tudo flagrado por uma câmera de segurança do prédio. Em junho de 2016, o mesmo trabalhador havia levado dois tiros na entrada do prédio.
O serviço de inteligência da Polícia Civil conseguiu identificar o autor do disparo por meio das imagens das câmeras de segurança. No sábado, localizaram o suspeito em um shopping da Região Noroeste de Belo Horizonte. “Há fortes indícios de ser o suspeito de cometer a atrocidade contra a vítima. No sábado, ele estava fazendo compras de natal e almoçando com a família. Com informações do serviço de inteligência da polícia, conseguimos identificar e localizar o homem dentro do shopping”, explicou a delegada Cristiana Angelini.
O homem é velho conhecido da polícia e, inclusive, já estava preso por outros crimes. “Ele encontra-se em regime aberto, onde sai todo dia para trabalhar e retorna a noite para dormir. Estava cumprindo pena por furto e roubo. Tem alcunha de pica-pau e é um velho conhecido da polícia por este tipo de crime. Os indícios apontam para ele ser o autor do crime, estamos aguardando a perícia nos objetos deixados para trás. Como viram nas imagens (de câmeras de segurança), o autor portava uma bolsa, que ficou para trás, com ferramentas e o boné. Estamos aguardando a perícia para dar um resultado mais contundente, do exame de DNA”, comentou a delegada.
Segundo a delegada, Pica-pau é investigado por outros crimes semelhantes em prédios da Região Centro-Sul de BH. “O modus operandi dele é o mesmo. Sempre vai com dois comparsas no veículo, esses dois aguardam. Eles esperam a brecha no condomínio, entram e abordam o porteiro. Fazem ele de refém, pegam o controle, abrem. Os comparsas entram e ali eles vão nas residências fazer os furtos e roubos. Os alvos são condomínios de alto luxo”, finaliza a delegada.
Ainda de acordo com a corporação, ele contou que vende joias no Centro de BH e ganha, aproximadamente, R$1.500. A esposa está desempregada. “Ele nega ser o responsável pelo crime e nega sua condenação”, completou a delegada. Após a prisão, ele perde o direito do regime a aberto e está detido na Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) Gameleira, na Região Oeste de Belo Horizonte. Ele deve responder por tentativa de latrocínio.