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Estado de Minas

Funcionário público é preso suspeito de receber propina para aprovar veículos irregulares

Suspeitos de realizar o pagamento também foram presos e prestam depoimento no Sul de Minas


postado em 10/12/2018 16:59 / atualizado em 10/12/2018 17:29

Depoimentos são colhidos na Delegacia Regional de Lavras.(foto: Google Street View/Reprodução)
Depoimentos são colhidos na Delegacia Regional de Lavras. (foto: Google Street View/Reprodução)

Um esquema de corrupção na vistoria de veículos em Lavras, no Sul de Minas, foi desfeito na manhã desta segunda-feira pela Operação Vigilância Perene. Cinco mandados de prisão preventiva e 11 mandados de busca e apreensão foram cumpridos pela Polícia Civil de Minas Gerais.

Após dois meses de investigações, foi constatado que os despachantes pagavam propina para um funcionário público municipal que, cedido para trabalhar no setor de trânsito da Delegacia, aprovava veículos durante as vistorias, mesmo que fossem constatadas irregularidades nos carros.

As investigações, que se iniciaram após denúncias, apontavam também um vídeo do funcionário fazendo a vistoria fora da delegacia. Em depoimento, o homem acabou confessando que recebia a propina. Segundo ele, eram cobrados de R$ 50 a R$ 100 por cada vistoria.

De acordo com o delegado Marcelo Vilela Guerra, responsável pelas investigações, em alguns casos o funcionário sequer viu o carro e aprovou a vistoria. “As investigações não terminaram. Até o momento, pelo menos 10 pessoas teriam pago propina, mas conforme vamos colhendo os depoimentos, os números vão aumentando”, explica o delegado.

Também são cumpridos mandados de busca e apreensão com o objetivo de encontrar os veículos para a realização de nova vistoria e para verificar se, além das irregularidades administrativas, há também indícios de crimes - numeração de chassi e de motor adulteradas, por exemplo.

Segundo o delegado, quem contrata o serviço pelo despachante às vezes nem sabe do pagamento da propina, mas há casos em que o contratante sabe. Esses casos também serão investigados para possível punição do contratante, assim como a busca por mais pessoas que faziam o serviço ilegal na cidade. O funcionário público vai responder por corrupção passiva e os despachantes por corrupção ativa.

* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.


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