Você sabe para onde vai a embalagem das suas compras? Costuma jogar garrafa PET na rua depois de tomar o refrigerante? E o papel de bala: joga displicentemente no chão e nem se preocupa? Bem, se respondeu “sim” para alguma dessas perguntas, está na hora de conhecer o Lixômetro, instalado desde ontem na Praça Sete, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, para medir os resíduos lançados nas vias públicas e recolhidos pelos garis. Na estreia, os quatro recipientes transparentes, cada um medindo 2 metros quadrados, ficaram cheios, com o total de 10 toneladas, segundo a Superintendência de Limpeza Urbana (SLU)/Prefeitura de BH. Para se ter uma ideia, no ano passado foram necessários três dias para encher os equipamentos. A iniciativa vai até quinta-feira, bem ao lado do obelisco, mais conhecido como Pirulito.
Para Denilson, a conscientização das pessoas é fundamental para a mudança de comportamento. “A região da Praça Sete e do terminal rodoviário é a campeã de sujeira e, por mais que o lixo seja recolhido vem mais. Os garis varrem diariamente e muitos moradores nem se preocupam em saber o destino dos resíduos”, afirmou o gerente. O lixo recolhido nesses dias é ensacado e só depois vai para o lixômetro.
Para a chefe do Departamento de Políticas Sociais e Mobilização da SLU, Ana Paula da Costa Assunção, expor os resíduos em praça pública é uma forma de derrubar a invisibilidade atribuída a eles depois de recolhidos. “Temos a falsa impressão de que o lixo desapareceu como por encanto, de que ele nunca foi nosso, de que jamais o produzimos e que, depois de coletado pelos garis, não somos mais responsáveis por ele”, avalia. “O impacto visual que o lixo provoca serve para dimensionar o tamanho de nossa responsabilidade quando não nos preocupamos em racionalizar nosso consumo e quando, pior, descartamos o lixo no chão, sem constrangimento algum”, acrescenta Ana Paula.
VOLUME A ação promovida pela PBH, por meio da SLU, na Praça Sete, pretende alertar mais uma vez a população sobre o enorme volume de lixo enviado aos aterros sanitários anualmente, os riscos de alagamentos e doenças, além do aspecto visual negativo que a sujeira provoca. Diariamente, a gerência regional de Limpeza Urbana Centro-Sul vai monitorar a quantidade de resíduos de varrição depositados no equipamento.
Dialogar com a população faz parte do projeto, tanto que técnicos de Mobilização Social da SLU estarão disponíveis na tenda Conversando com a SLU, montada das 9h às 17h, no quarteirão fechado da Rua dos Carijós, próximo à Avenida Afonso Pena. No local, haverá exposição com fotos do trabalho dos garis e sensibilização sobre o correto descarte de resíduos. O público-alvo serão os pedestres, motoristas, comerciantes e aqueles que frequentam os condomínios residenciais e hotéis da região.
Até quarta-feira, entre as 12h e as 13h, uma equipe de mobilizadores e garis fará campanha educativa nos semáforos das avenidas Amazonas e Afonso Pena, estando previstas apresentações artísticas do gari Daniel do RAP, grupo de teatro da SLU e performances dos profissionais da varrição. As ações educativas do Lixômetro contam com o apoio da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH). Voltando à questão inicial desta matéria: mesmo que você aja corretamente, é bom conferir e passar as informações adiante, para ajudar a cidade que completa amanhã 121 anos.