Um esquema que envolvia advogados, policiais civis, agentes penitenciários e cidadãos comuns foi alvo de uma operação conjunta desencadeada em Minas Gerais na manhã desta terça-feira. Segundo o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o grupo está envolvido na soltura legal de pelo menos oito detentos, que chegavam a pagar até R$ 850 mil para deixar a cadeia.
A ação é a segunda fase da chamada Operação Resgate. O objetivo foi cumprir mandados de prisão preventiva expedidos pela 4ª Vara Criminal da Comarca de Belo Horizonte. Participaram da operação o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, a Corregedoria-Geral da Polícia Civil, a Polícia Militar de Minas Gerais e Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap).
O Ministério Público apurou que a organização criminosa foi responsável por, pelo menos, oito solturas de traficantes e homicidas com grande poder econômico. O preso liberado irregularmente pagava entre R$ 300 mil e R$ 850 mil, por meio de dinheiro, carros e imóveis. Os bens eram registrados em nome de terceiros para acobertar a origem criminosa.
Hoje foram cumpridos dois de três mandados de prisão e ainda foram apreendidos celulares de dois investigados. As diligências continuam para localizar o outro investigado. Eles foram denunciados por organização criminosa, inserção de dados falsos em sistemas, falsidade de documentos públicos e lavagem de dinheiro. Ofertada contra 16 réus, a denúncia descreve mais de 30 crimes.