Belo Horizonte entra para a lista que põe mais de 40% das cidades mineiras em situação de alerta ou de risco, diante da infestação do mosquito transmissor da dengue, febre chikungunya e zica vírus, com potencial também para disseminar o causador da febre amarela. Dados do Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (Liraa) mostram que a cada 1.000 imóveis pesquisados, em 11 foram encontradas larvas do mosquito (1,1%), acima, portanto, do índice de 1%, considerado aceitável. A regional em pior situação é a Pampulha, com 1,7%, e os materiais inservíveis, como garrafas, copos de plástico, marmitex, entre outros, foram os principais criadouros. Como mostrou o Estado de Minas em sua edição de ontem, a região é também aquela que reúne a maior concentração de bota-foras na cidade, com 169 pontos, dos 731 mapeados pela Superintendência de Limpeza Urbana (SLU).
Leia Mais
Minas tem média de 78,9 casos prováveis por dengue por dia em 2018Número de mortes por dengue em 2018 pode chegar a 21 em Minas GeraisVírus da febre amarela volta a circular em Minas e 3 milhões estão desprotegidosMontes Claros está com alto índice de infestação pelo Aedes aegyptiCom epidemias a cada três anos, Minas investiga suspeitas e mortes por dengueMinas registra três mortes de pacientes com suspeita de dengue em 14 diasMinas Gerais registrou 82 casos de dengue por dia em 2018Homem é encontrado morto na Avenida José Cândido da Silveira, BHAeroporto de Confins tem atrasos em voos vindos de São Paulo Caminhoneiro morre em acidente na BR-146, em MuzambinhoA infestação do Aedes aegypti vinha diminuindo ao longo do ano, mas apresentou alta em outubro. No estudo feito em janeiro, o resultado foi de 2,4%. Em abril, caiu para 1,5% e, em agosto, 0,6%. Já o último levantamento, divulgado ontem, os números quase dobraram, chegando a 1,1%. No mesmo período do ano passado, BH estava com índices satisfatórios, com taxa de 0,3%. “O resultado do Liraa é muito influenciado pelas questões climáticas. Na verdade, (o resultado) significa médio risco ou alerta.
O Liraa é feito em todas as regionais da cidade por agentes de saúde que visitam pontos específicos para analisar se há larvas do Aedes aegypti. Índices de infestação de até 0,9% indicam condições aceitáveis, e, entre 1% e 3,9%, situação de alerta. Taxas superiores a 4% indicam risco de surto. Em Belo Horizonte, um dos principais problemas encontrados nos imóveis visitados foram os chamados inservíveis – tampinhas, potes de margarina, garrafas, copos descartáveis ou embalagens de isopor e de alumínio. Em seguida, vêm os vasos de plantas. Moradores da Pampulha, Leste e Venda Nova devem ficar atentos, já que as regiões têm os maiores índices de infestação (veja mapa).
“É muito importante que a população tome conta. Este é um momento muito importante para tirar meia hora a cada semana para olhar descartáveis e caixas-d’água descobertas. O levantamento (Liraa) é uma fotografia. Nessas condições de chuva frequente e temperaturas elevadas, uma situação de baixo risco vira de médio e alto risco, caso aquelas ações amplamente reconhecidas e recomendadas deixem de ser adotadas. Então, temos que fazer coletas de descartáveis no quintal, fazer o acondicionamento da limpeza urbana e lavar pratos de vasos de planta com buchas, porque os ovos do mosquito ficam presos às paredes, e podem resistir até um ano”, explicou o subsecretário.
Município intensifica combate ao mosquito
A partir do resultado do Liraa, a prefeitura vai intensificar as ações nos pontos que foram considerados críticos. “Podemos fazer o direcionamento dos mutirões em parceria com a SLU e uma ação integrada com a Secretaria de Fiscalização, para notificar proprietários de lotes vagos. Se não há limpeza naquele local, a SLU consulta a Secretaria Municipal de Saúde e faz a limpeza. Depois, os custos vão para os proprietários”, explicou Fabiano Pimenta.
As ações já estavam sendo ampliadas em Belo Horizonte.
Dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) mostram que 418 casos de dengue foram confirmados este ano em Belo Horizonte. A Região Oeste é a que concentra o maior número de registros, seguida da Norte, com 56, e Nordeste, com 50. Em relação à chikungunya, foram 22 confirmações, 12 delas autóctones – quando a contaminação ocorre dentro do município. Outros nove casos são investigados. Quatro casos de zika foram confirmados e sete são apurados.
.