Jornal Estado de Minas

Celulares e veículos blindados serão usados no combate ao crime em MG

Usar a tecnologia para melhorar a prestação do serviço e colocar nas ruas veículos blindados para fazer frente à violência empregada por quadrilhas que explodem bancos no interior de Minas Gerais. A atuação da Polícia Militar em 2019 deverá passar por essas duas frentes, segundo o atual comandante-geral da corporação, coronel Helbert Figueiró de Lourdes, que vai deixar o cargo junto com o governador Fernando Pimentel (PT). Figueiró destacou iniciativas em andamento como a criação de um aplicativo que vai permitir às pessoas acompanharem o caminho das viaturas até o local de ocorrências e também pontuou que em 2019 deverão ser adquiridos os 40 veículos blindados para reforçar a corporação no enfrentamento ao grande poder de fogo empregado por ladrões de banco. O coronel apresentou dados estatísticos da violência em Minas nos últimos dois anos, destacando a redução de crimes violentos e também das explosões de caixas eletrônicos.

Segundo Helbert Figueiró, pelo menos duas iniciativas na área da tecnologia estão sendo estudadas e podem aparecer em 2019 como forma de melhorar a prestação do serviço da PM. Uma delas é o aplicativo 190 Smart, que terá condição de permitir o acompanhamento das viaturas a caminho das ocorrências na tela do celular dos solicitantes, ainda sem data anunciada. Outra possibilidade testada é o RedsMobile, aplicativo que vai levar os boletins de ocorrência às telas de celulares.

Outra situação que foi ressaltada pelo comandante-geral diz respeito aos ataques a bancos promovidos por quadrilhas especializadas, com explosões de caixas eletrônicos. Em 2016, foram 237 casos, contra 190 em 2017 e 95 de janeiro a 11 de dezembro de 2018. Manter a modalidade em queda e enfrentar a violência empregada pelos bandidos será um dos desafios do novo comando da PM e da Secretaria de Segurança em geral, segundo o coronel Helbert Figueiró de Lourdes.
“As estratégias estão consolidadas e permanecem. O que a gente tem que fazer é agregar essa nova proposta que já está construída, inclusive orçamentariamente, que é o projeto de segurança blindada. Ele vai sim trazer um potencial de resposta e de dissuasão psicológica desse delito no estado com grande proporção”, afirma.

Indicadores


O comandante-geral apresentou dados relativos ao período de 2017 e 2018, em que esteve à frente da PM em Minas, e destacou principalmente a implantação das bases comunitárias de segurança, principal fator apontado pela corporação como responsável pela redução de crimes violentos, especialmente os roubos, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Figueiró pontuou que em 2017 foram registrados 142.934 crimes violentos em Minas, contra 87.067 registros de janeiro a 30 de novembro de 2018. A redução é de 39%, porém sem considerar os dados de dezembro, restando ainda 15 dias para o fim do mês. Nesse grupo entram registros de roubos, homicídios tentados e consumados, estupros tentados e consumados, sequestro e cárcere privado consumados e extorsão mediante sequestro.

Novo secretário


Durante a apresentação do balanço da violência em 2017 e 2018, o comandante-geral da PM comentou a escolha do general da reserva do Exército Brasileiro, Mário Lúcio Alves de Araújo, que já comandou a 4ª Região Militar, em Belo Horizonte, para ocupar o cargo de secretário de Estado de Segurança Pública do governo Romeu Zema (Novo). Segundo o comandante-geral da PM, pelo fato de Mário Lúcio ser um general, isso pode facilitar na relação com o governo Bolsonaro.
“Ela (a indicação) cumpre um papel favorável, que é a interlocução com o governo federal. Acho que isso é necessário para Minas Gerais. O fato de ser um general pode abrir portas para Minas inclusive em relação ao repasse de recursos”, diz o militar.

O coronel também disse que a carreira que precisa ser percorrida para que uma pessoa alcance o posto de general no Exército qualifica o próximo secretário de Segurança a desenvolver o papel que é esperado do gestor da pasta. “Em relação à gestão dentro do estado de Minas Gerais, vejo que pela própria condição de ser general – a carreira que tem que passar e os passos que tem que dar para chegar a esse posto no Exército Brasileiro – dá a ele conhecimento e capacidade de fazer o seu trabalho, que é construir a interlocução entre as polícias e entre os órgãos de segurança do estado”, pontua..