Tiros para o alto. Explosão. Ameaças e muita violência. O enredo das quadrilhas especializadas em ataques a caixas eletrônicos voltou a amedrontar moradores de mais uma cidade mineira. Desta vez, o alvo dos criminosos foi um banco em Ilicínea, na Região Sul de Minas Gerais. Ao menos seis homens fortemente armados com fuzis e pistolas chegaram à cidade e cercaram uma praça onde está localizado o imóvel. Antes de colocar os explosivos, fizeram um morador como refém. Depois, atearam fogo em um veículo, mas fugiram sem levar nada. Uma grande operação foi montada até com ajuda aérea. Um helicóptero e um avião do Comando Aviação da Polícia Militar ajudaram nas buscas. Quatro homens foram presos horas depois.
Depois da explosão, os criminosos saíram da agência e atearam fogo em um dos veículos em que chegaram à cidade. Eles fugiram no carro do morador que foi rendido durante a ação. Enquanto deixavam a cidade, o bando efetuou diversos disparos contra casas e comércios. Não há informações sobre feridos.
Um grande cerco foi formado em Ilicínea e municípios vizinhos para tentar encontrar os criminosos. Militares da região e do Batalhão de Operações Especiais (Bope) percorreram a zona rural da cidade. Eles contaram com a ajuda do helicóptero e do avião do Comando de aviação da PMMG (Comave). Denúncias de moradores indicaram a presença de pessoas suspeitas próximo a Carmo do Rio Claro, cidade vizinha.
Os militares fizeram o cerco na região e conseguiram encontrar quatro suspeitos com a ajuda de cães farejadores. Com eles, foram apreendidos dois fuzis, duas pistolas e três coletes à prova de balas. A suspeita da polícia é que os bandidos sejam de São Paulo e façam parte de uma organização criminosa especializada neste tipo de ação.
BLINDADOS Uma das estratégias para tentar acabar com os ataques a bancos em Minas Gerais, que há tempos vem tirando o sono dos moradores, principalmente de pequenas cidades, é o uso de veículos blindados. A expectativa é colocá-los nas ruas para fazer frente à violência empregada pelas quadrilhas no próximo anos. Na última semana, o atual comandante-geral da corporação, coronel Helbert Figueiró de Lourdes, que vai deixar o cargo junto com o governador Fernando Pimentel (PT), destacou que em 2019 deverão ser adquiridos os 40 veículos blindados para reforçar a corporação no enfrentamento ao grande poder de fogo empregado por ladrões de banco. Ele ressaltou a queda no número de casos. Em 2016, foram 237 casos, contra 190 em 2017 e 95 de janeiro a 11 de dezembro deste ano.