Quatro homens invadiram e incendiaram um ônibus da linha 415 (Granja Verde/Centro) na madrugada desta quarta-feira (19) na Via Expressa, em Betim, Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ao motorista, que estava sozinho no veículo, foram entregues duas folhas escritas na frente e verso contendo ameaças, supostamente de detentos da Penitenciária Nelson Hungria.
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A PM não soube precisar o conteúdo das cartas, que estão em posse da Polícia Civil para investigação, mas imagens encaminhadas ao Estado de Minas batem com as características informadas pela corporação. São duas folhas de caderno da marca Máxima e estão totalmente preenchidas na frente e no verso.
As cartas, supostamente deixadas com o motorista, fazem ameaças que são atribuídas a detentos da Penitenciária Nelson Hungria. Em um trecho, lê-se: “Segunda-feira o crime vai parar o estado de Minas Gerais”. O autor argumenta que maus-tratos às famílias de egressos do sistema prisional ocorrem com frequência, que “não têm mais nada a perder” e que se as más condições continuarem até este fim de semana “o próximo (ataque) não vai ser queimar ônibus, mas atentar contra a vida dos agentes penitenciários”.
Em outro momento, a carta diz que “temos o estado nas nossas mãos, só não queremos que a sociedade pague por algo que eles devem. Não achamos justo”, mas que, se não forem ouvidos, “dessa vez o estado de Minas Gerais vai entrar em guerra”. As ameaças continuam: “Se pra vocês vai precisar ter rio de sangue, então a partir de segunda-feira se não tivermos resposta do estado de Minas Gerais, nós vamos parar o estado”.
Por fim, logo antes da assintura “Detentos da Nelson Hungria” aparecer na carta, o autor ainda ameaça o diretor da unidade prisional. “Pedimos aos moradores de bem que não saiam de casa a partir do dia 20/12/2018, não saia na rua, não peguem ônibus e nem fiquem em nada que seja público, pois iremos para cima”. A carta ainda conclui: “Não queremos que gente de bem pague pelo erro do diretor da unidade prisional Nelson Hungria”.
A Polícia Civil informou à reportagem que não vai divulgar o conteúdo da carta para resguardar as investigações.