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Estado de Minas

MP denuncia envolvidos em tiroteio entre policiais civis em Juiz de Fora

Órgão acusou o grupo de Minas Gerais de armar uma emboscada para roubar os empresários paulistas


postado em 19/12/2018 19:55 / atualizado em 20/12/2018 11:14

(foto: Fernando Priamo/Tribuna de Minas)
(foto: Fernando Priamo/Tribuna de Minas)
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciou, na noite desta terça-feira, 19 pessoas suspeitas de envolvimento no tiroteio fatal entre policiais civis mineiros e paulistas no final de outubro, em um hospital de Juiz de Fora, na Região da Zona da Mata. Em duas denúncias separadas, o órgão acusou o grupo de Minas Gerais de armar uma emboscada para roubar os dólares do empresário de São Paulo.

Além disso, nas denúncias, os promotores acusam todos os envolvidos, mineiros e paulistas, de participar de organização criminosa com emprego de arma de fogo e por lavagem de dinheiro. No caso do grupo de Minas Gerais, eles ainda foram denunciados por latrocínio e estelionato. Os investigadores mineiros também são acusados de fraude processual.

Já os investigadores da Polícia Civil de São Paulo, além dos crimes já mencionados, foram denunciados também por posse ilegal de arma de fogo de uso permitido.


Emboscada


(foto: Polícia Civil/Divulgação)
(foto: Polícia Civil/Divulgação)
De acordo com o inquérito policial, os empresários mineiros, Antônio Vilela e Sérgio Paulo Marques Guerra, fizeram-se de grandes homens de negócio e atraíram a atenção dos empresários paulistas Flávio de Souza Guimarães, Roberto Uyvari Junior e Mário Garcia Junior, que estariam à procura de crédito para sua empresa.

Desse modo, Flávio e Mário foram para Juiz de Fora, onde se encontraram com Antônio e Sérgio para acertar as cláusulas do negócio feito entre eles. Os paulistas buscavam trocar dólares por reais a taxas favoráveis.  

Acertados os pontos do negócio, o empresário Nivaldo Fialho da Cunha e o policial civil mineiro Marcelo Matolla de Resende levaram para Juiz de Fora um veículo alugado em Goiânia (GO). Simultaneamente, Vilela e e Sérgio se reuniam com o advogado Jorge Ponciano e o investigador mineiro Rafael Ramos dos Santos para acertar os detalhes do golpe que dariam nos empresários paulistas.

Ainda segundo as investigações, na manhã do dia do tiroteio, ocorrido em 19 de outubro, Vilela, Ponciano e Rafael seguiram para o hotel onde seria feita a “negociação”. No entanto, ao chegar no local, o trio desconfiou que os empresários paulistas estariam com um forte esquema de segurança - nove policiais civis de São Paulo.

Receosos, Vilela e Sérgio ligaram para os paulistas e suspenderam a negociação. Segundo eles, era necessário conferir o valor que tinham disponível para o empréstimo. Eles ainda prometeram que voltariam para o hotel em 40 minutos. Após uma hora e meia esperando a volta dos empresários mineiros, os paulistas teriam dispensado a escolta, já que acreditavam que o negócio não seria mais realizado.

Percebendo a partida da escolta, um dos policiais mineiros noticiou o fato para Sérgio, que retornou ao hotel e convidou os empresários para analisarem o dinheiro que seria utilizado na transação. A quantia, cerca de R$ 14 milhões distribuídos em notas falsas e originais, estaria com Vilela, a 600 metros do hotel.

Assim, Sérgio caminhou rumo ao local com o empresário paulista Flávio Guimarães, o segurança particular e um dos delegados de São Paulo. Já no estacionamento do hospital onde ocorreu o tiroteio, o grupo foi até o carro alugado pelos denunciados e se depararou com seis malas cheias de notas de R$ 100. Ao todo, a Polícia Civil registrou 147.6333 notas falsas embaladas em pacotes plásticos.

Após analisarem as notas, o segurança particular de Flávio, Jerônimo da Silva Leal Júnior, desconfiou delas e, abordando Vilela, o levou para a lateral do estacionamento. Neste momento, os policiais civis mineiros Rodrigo Francisco e Rafael Ramos dos Santos teriam corrido em direção aos dois e gritado “perdeu, perdeu”. Rodrigo ainda teria atirado em Jerônimo, que revidou. Os dois foram atingidos e morreram, sendo o segurança paulista já no hospital.

MOMENTOS ANTES|
Antes do tiroteio, ao perceberem que a escolta paulista tinha sido dispensada pelos empresários, os policiais mineiros abordaram os investigadores paulistas e recolherem suas armas e pertences.

FORAGIDOS| Sérgio Paulo Marques Guerra e  Nivaldo Fialho da Cunha, comparsas de Antônio Vilela durante o tiroteio, saíram do local caminhando e nunca mais foram vistos. Eles já tiveram os mandados de prisão preventiva expedidos.

O OUTRO LADO|
Por meio de nota, a defesa dos envolvidos de São Paulo no caso negaram a existência de dólares que seriam trocados por reais. Em função disso, dizem não ter havido lavagem de dinheiro. Segundo a defesa, os executivos paulistas foram a Juiz de Fora para negociar um empréstimo que seria realizado dentro da lei. Para os advogados "todos os depoimentos e provas colhidos até agora são unânimes em mostrar a estratégia dos estelionatários e policiais mineiros de atraí-los para uma emboscada". A nota é finalizada informando que o advogado Andre Maurício M. Martins ressalta que os executivos paulistas continuarão colaborando com as autoridades.

*Estagiário sob supervisão da editora Liliane Corrêa 


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