Com medo de retaliação, a Justiça mineira decidiu transferir para Belo Horizonte o julgamento de um homicídio realizado em Conceição do Mato Dentro, na Região Central de Minas Gerais. No caso, o homem, dono de uma funerária, é suspeito de matar o concorrente.
De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a 6ª Câmara Criminal aceitou o pedido da juíza da comarca da cidade, Caroline Rodrigues de Queiroz. Na solicitação, a magistrada registrou que, após realizar o sorteio dos jurados, foi informada que o Conselho de Sentença estava temeroso em atuar no julgamento.
Segundo os jurados, em caso de resultado desfavorável ao acusado, eles poderiam sofrer retaliações do réu, uma vez que ele seria um homem perigoso e violento, assim como seus familiares. O medo dos jurados, ainda segundo a juíza, tinha relação com o assassinato de uma testemunha da acusação.
Além disso, a presidente do Conselho Comunitário de Segurança Pública (Consep) da comarca da cidade informou ter recebido notícias de que um filho do acusado estava falando que, caso houvesse uma sentença desfavorável, seu pai “cometeria um atentado e, em seguida, se autoexterminaria”.
Crime
O homem é proprietário de uma funerária que presta serviços em Conceição do Mato Dentro e região. Segundo o Ministério Público, a motivação dos crimes teria sido o fato de o acusado não ter ficado satisfeito com a abertura de uma outra funerária na cidade. Até então, a empresa do homem era a única do ramo na região.
Ainda segundo o MP, desde que o outro estabelecimento foi aberto, o acusado teria começado a perseguir o proprietário, a família e os funcionários da concorrente.
Conforme a denúncia, no dia do crime, 14 de setembro de 2017, dois funcionários da concorrente foram alvejadas a mando do homem quando estavam em uma estrada na zona rural, a serviço da empresa para qual trabalhavam; uma delas morreu.