Moradores agem antes de notificação da PBH
Foi pensando no bem comum que um grupo de vizinhos da Rua Homero de Oliveira, no Bairro Santa Amélia, na Região da Pampulha, teve a iniciativa de adequar os passeios de seus imóveis de forma a atender às regras da nova legislação. De acordo com a administração municipal, a mudança só precisa ser feita quando a calçada apresentar problemas e a reforma for necessária. Entretanto, o analista financeiro Alcimar Alves, de 48 anos, não quis esperar que a situação piorasse. Ele contou que a ideia surgiu quando ele e o vizinho combinaram reformar as calçadas de suas casas. “Surgiu da necessidade de reconstruir, de dar um visual novo para a calçada, que estava esburacada devido à ação do tempo, causando perigo aos pedestres, podendo até provocar um acidente”, contou.
Quatro moradores se juntaram para fazer o investimento, independentemente de qualquer notificação da prefeitura. “Organizamos e construímos. Muitas iniciativas precisam apenas de conscientização, não precisamos ficar esperando apenas pelo poder público”, completou ele. O valor da obra ficou em torno de R$ 76 o metro quadrado.
Para o morador, é importante considerar que uma obra do tipo traz benefícios não apenas para o imóvel ou para os moradores, mas, também para os pedestres, principalmente, os deficientes físicos e visuais. “São obras que, na verdade têm mais a ver com o público do que com o privado, pois precisam atender às necessidades dos transeuntes. Antes de construir fizemos uma pesquisa para obter mais conhecimento sobre qual material a ser usado, as medidas, os ladrilhos de alerta para deficientes visuais. Afinal, o serviço atende a todos, fica bonita a frente do imóvel e aproxima as pessoas”, avaliou Alcimar.
Foi criado até um grupo de WhatsApp para receber opiniões e comentários sobre a obra. “Seria de grande utilidade se houvesse políticas públicas para conscientizar a população sobre a importância de manter as calçadas da nossa capital em bom estado. Assim, manteríamos uma parceria entre o público e o privado. Juntos fazemos mais”, completou ele.
FISCALIZAÇÃO Diariamente, segundo a Prefeitura de BH, são feitas cerca de 60 ações de fiscalização para verificar se os passeios da cidade estão de acordo com as normas. São observados itens como conservação, declividade, acessibilidade e degraus. Paralelamente a esse trabalho, o município mantém o projeto Fiscaliza BH, no qual equipes percorrem vias das nove regiões para combater poluição visual, sujeira e obstrução de vias e espaços públicos. Dependendo do tipo de irregularidade verificado no passeio, a notificação para correção tem prazo que varia entre 30 e 60 dias.