Terminou sem acordo a reunião feita na manhã desta segunda-feira entre a BHTrans e o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra BH), para definir o preço das passagens de ônibus da capital. A Prefeitura de BH (PBH) propõe reajuste dos atuais R$ 4,05 para R$ 4,50, mas as concessionárias querem ser ressarcidas do prejuízo mensal que alegam chegar a R$ 20 milhões. Um novo encontro foi marcado para quarta ou quinta-feira.
Essa foi a segunda reunião para discutir o assunto. A primeira ocorreu na última sexta-feira, logo depois de a PBH divulgar os resultados da auditoria que abriu a caixa-preta da BHTrans. A conclusão é de que as empresas responsáveis pelo transporte coletivo na capital estão operando no vermelho e precisam equacionar despesas e receitas.
A auditoria da PBH foi feita durante seis meses pela Maciel Consultores e analisou 104 mil documentos. Ela mostrou que as empresas operam atualmente com uma taxa negativa de 3,49%. A tarifa básica de retorno estabelecida no contrato, firmado em 2008 com vigência de 20 anos, é de 8,95%. Logo, para se alcançar a taxa, de acordo com consultoria, a passagem precisa ser de R$ 6,35.
Diante do impasse, o presidente do Setra, Joel Paschoalin, disse que vai conversar com os empresários para saber quais rumos tomar. O presidente da BHTrans, Célio Bouzada, garantiu que a administração municipal não negocia empregos dos trabalhadores, qualidade do transporte coletivo nem a tarifa. "Estamos num momento de crise e a prefeitura está preocupada com isso", disse.