A missa de ano novo será ainda mais festiva para os moradores de Raposos, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Depois de longo tempo esperando o fim do restauro da Matriz Nossa Senhora da Conceição, de 1690, os católicos e defensores do patrimônio cultural têm para comemorar a etapa final das obras. A festa de reinauguração está prevista para o mês que vem. “Estão faltando os serviços complementares, incluindo a iluminação externa”, informou, na tarde de ontem, o administrador paroquial, padre Eribaldo Pereira Santos.
Considerada uma das igrejas mais antigas de Minas, ao lado das matrizes de Sabará, também na Grande BH, e de Matias Cardoso, no Norte do estado, ambas dedicadas também a Nossa Senhora da Conceição, a matriz de Raposos estava em situação bem degradada, diz padre Eribaldo, há três anos na paróquia. “O pior mesmo era o ataque dos cupins. A comunidade está feliz da vida com a conclusão”, acrescenta o religioso, lembrando que o templo é tombado desde 1938 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), cujos especialistas acompanharam o desenvolvimento do projeto, a exemplo da coordenação e equipe do Memorial da Arquidiocese de Belo Horizonte.
De acordo com o administrador paroquial, não foi necessária desta vez a intervenção nos elementos artísticos, já que altares e imaginária passaram pelo restauro em 1997. “Os serviços, nessa etapa, começaram em 2014, com recursos da comunidade para recuperar toda a estrutura, cobertura, piso, forro e demais partes em situação lastimável.
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REALIZAÇÃO A comunidade católica não se contém de satisfação. “Foram muitos anos esperando a obra terminar, nossa alegria é grande demais. Até pessoas evangélicas elogiam”, diz a empresária Eloísa Gonçalves, que mora perto da igreja. “Aqui do adro, temos uma vista panorâmica da cidade, todo mundo gosta de olhar. As cores valorizaram mais ainda a arquitetura da matriz que, de tão importante para a cidade, está na letra do nosso hino”, disse Eloísa.
Batizado na igreja, o engenheiro civil Glauco Gonçalves Dias, de 36, considera a matriz, além de um monumento histórico, o símbolo de Raposos, “tanto que está até na bandeira do município”. Ele lembra que, desde a capela primitiva, de 1690, “a construção virou uma referência na região”, afirmou, certo de que o restauro levanta a autoestima dos moradores.
Município banhado pelo Rio das Velhas, Raposos originou de um povoado onde havia uma capela de pau-a-pique – à medida que o lugar crescia, aumentava a construção.