Jornal Estado de Minas

Clientes lotam Mercado Central atrás de frutas e ervas para a virada do ano



Nas sacolas plásticas, frutas saborosas e coloridas se avolumam, mas não é atrás de seu sabor que está a empresária Fernanda Pimenta, de 49 anos. Cada uma das iguarias cuidadosamente selecionadas nas bancas do Mercado Central de Belo horizonte, no Centro, desempenha um papel fundamental para que a entrada de 2019 traga boas energias e sorte para ela e as amigas, durante a ceia de ano novo. As romãs, por exemplo, ficam guardadas até o próximo Dia de Reis, no domingo, dia 6, uma tradição para boa sorte e fartura. As uvas têm mesmo destino na simbologia de um bom agouro, quando suas sementes são usadas de três em três para atrair desejos que só podem ser revelados quando alcançados. “É uma brincadeira que a gente gosta de fazer entre amigas e uma forma de a gente desejar um ano de muitas alegrias e prosperidade”, disse a comerciante, que quer passar uma virada do ano muito animada com um grupo de amigas, numa casa da Pampulha. Assim como ela, muitas pessoas procuram no Mercado Central os artigos que ajudarão a fazer de 2019 um ano melhor.

Entre as mais de 400 lojas do espaço que abastece BH desde 1929, a procura tem sido grande por frutas, castanhas e ervas que povoam esse imaginário das simpatias para atrair um ano melhor. E as receitas são muitas. A empresária Fernanda Pimenta conta que as uvas precisam ter suas sementes extraídas para que a prosperidade seja atingida.
“Você tem de engolir três caroços, jogar três caroços para trás e guardar os outros três caroços num guardanapo branco dentro da carteira. Aí, você faz os três pedidos. É muito gostoso a gente participar desse tipo de interação, tudo com um pensamento em termos um bom ano. E acredito que 2019 vai ser muito melhor do que 2018. Tenho muita esperança disso para todos nós”, disse.

O gestor de produção industrial Jorge Luiz de Barros, de 63, incluiu nas suas compras de fim de ano uma lista de ervas para ajudar na digestão após a ceia da virada. “Sempre venho aqui (no Mercado) e não deixo de comprar minhas ervas. Mas hoje, o motivo é a gordura do fim de ano, que é pesada.
Como estou com diabetes, essa é uma forma de me cuidar melhor”, afirma. E ele ensina como produzir os elixires que tornam mais leve a vida de quem exagera nos banquetes. “Eu uso macaé, alcachofra e dente de leão. Faço duas colheres de Macaé e duas de dente de leão, fervidas e descansadas depois por 10 minutos. Toma antes das refeições, duas vezes ao dia. A alcachofra você faz um chá e toma uma vez de manhã. É uma beleza”, disse.

A atendente de uma das tradicionais lojas que comercializa ervas no Mercado Central, Adriana de Morais, conta que nos 10 anos que tem essa função, essa época do ano é uma das que concentra mais procuras pelos seus produtos naturais. “Tem gente que pede por vários tipos de ervas e são muitos tipos de simpatias e de processos que fazem para o ano novo ser melhor.
A campeã de todas é a arruda, que as pessoas compram sacos e mais sacos para tomar banho, que dizem que tira mau-olhado, encosto e todo tipo de coisa que pode estar atrapalhando a sua vida”, conta. 

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