Falha na fiscalização somada a eventos festivos, bebida em excesso, chuva e estradas sem manutenção. O resultado é uma bomba-relógio explodindo Brasil afora em forma de acidentes, a maioria graves. Foram mais de 45 mil ocorrências de trânsito em todo o país no último verão – média de 500 por dia. Minas Gerais registrou 12,3% desse total – de dezembro de 2017 a fevereiro de 2018, houve quase 62 acidentes diariamente. Mortes ou invalidez permanente foram as consequências para 72,6% dos envolvidos. Nesse período de férias de 2019, quando as rodovias ainda registrarão muitas idas e vindas, os números são um alerta para quem vai pegar no volante nos próximos dias.
Os dados, da Seguradora Líder, administradora do Seguro DPVAT, mostram que, nas últimas férias de verão, entre o fim de 2017 e o início do ano passado, o número de mortes superou a marca de 6 mil. Os jovens de 18 a 34 anos foram as principais vítimas, representando 41% dos acidentes fatais. Os homens também estão entre os mais atingidos e representam 76% do total de ocorrências no período. As informações são relativas a pagamentos já feitos de indenizações do seguro para acidentes ocorridos nesse intervalo de tempo. A seguradora considera que os números podem ser ainda maiores, uma vez que vítimas e beneficiários têm até três anos para dar entrada no pedido de indenização.
A Região Sudeste lidera o ranking de ocorrências, com mais de 14 mil casos já indenizados. Na sequência, o Nordeste registrou 13.537 acidentes. Com relação aos acidentes fatais, as duas regiões, juntas, somam 65% das mortes no período. As motocicletas são o veículo mais envolvido em acidentes graves: 3 mil ocorrências fatais e 23 mil casos de invalidez permanente.
Em Minas, dos 5.550 benefícios pagos, 693 foram por morte, 3.337 para pessoas que ficaram com algum tipo de invalidez permanente e 1.520 para despesas médicas e hospitalares. Dezembro de 2017, o campeão das tragédias no período analisado, concentrou o maior número de acidentes: 2.298. Os motoristas foram as principais vítimas e representaram cerca de 70% do total de ocorrências, seguidos por passageiros e pedestres. Já as motocicletas foram responsáveis pela maioria dos casos no estado e estiveram envolvidas em 3.870 acidentes.
O DPVAT é um seguro obrigatório e pode ser destinado a qualquer cidadão acidentado em território nacional, seja motorista, passageiro ou pedestre. Oferece três tipos de coberturas: morte (R$ 13,5 mil), invalidez permanente (até R$ 13,5 mil) e reembolso de despesas médicas e hospitalares da rede privada de saúde (até R$ 2,7 mil). A proteção é assegurada por um período de até três anos.
CONCENTRAÇÃO O professor de engenharia de transporte e trânsito da Universidade Fumec Márcio Aguiar ressalta que a concentração de Natal, réveillon, férias e viagens rumo ao litoral num intervalo curto de tempo traz à tona uma somatória de fatores que contribuem para a ocorrência dos acidentes. “Em período de festas e férias há um descuido grande, porque não há continuidade da fiscalização, além da questão do álcool. As pessoas bebem, saem das festas e dirigem. O pessoal abusa da bebida, aumenta a velocidade, perde a noção do perigo e o resultado nós acompanhamos, infelizmente, todos os dias, que são os acidentes graves”, diz.
O especialista chama a atenção para o fato de a fiscalização não ser capaz de abranger o todo. “Ela é muito restrita. Não temos um corpo adequado para fazer blitze constantes. E são elas justamente a oportunidade de pegar as irregularidades, como pessoas alcoolizadas ou envolvidas com drogas”, ressalta. “Se não houver seriedade no tratamento dessas questões, vamos continuar como país campeão em acidentes que, com essas características, têm índice de severidade grande. Quando não tem morte, tem índice de invalidez considerável.”
Em 2017, o recesso de Natal foi sangrento no estado. Balanço das polícias Rodoviária Federal (PRF) e Militar Rodoviária (PMRv) apontaram a morte de 38 pessoas. A violência foi maior nas estradas estaduais, onde 24 mortes foram registradas. Nas estradas federais que cortam Minas,14 pessoas perderam a vida naquele ano. Levantamento da PRF apontou 190 acidentes em quatro dias de feriado, que deixaram 201 feridos. A Operação Natal 2017 terminou com 2.047 autuações, sendo 457 por ultrapassagem, e 20 pessoas presas. Os radares aplicaram 3.384 multas por excesso de velocidade. Dos 10 acidentes que terminaram com mortes, três foram colisão frontal, com sete das 14 mortes. A imprudência pode ser vista nas condições da pista: em apenas um dos acidentes chovia, o restante estava com tempo bom.
Já o feriado de Natal de 2018 teve um dia a mais (no ano anterior a data foi comemorada numa segunda-feira), mas foi menos trágico. Entre os últimos dias 21 e 25, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), 11 pessoas morreram nas rodovias federais que cortam Minas, e outras 250 ficaram feridas em 127 acidentes. A ocorrência mais grave ocorreu na BR-116, em Leopoldina, na Zona da Mata, onde dois carros bateram de frente. Duas pessoas morreram.
No recesso de réveillon de 2018, 15 pessoas perderam a vida nas rodovias federais e estaduais. No feriado de ano novo de 2019, nos cinco dias de operação das polícias rodoviárias Federal e Estadual, 20 pessoas morreram em acidentes. As rodovias sob jurisdição do estado foram a que mais tiveram mortes, sendo 12 no total. Já nas vias federais, foram oito óbitos. Ao todo, foram registrados 368 acidentes. Eles deixaram, além dos mortos, 415 feridos. O acidente mais grave ocorreu na BR-381, em São Gonçalo do Rio Abaixo, na Região Central de Minas Gerais. Quatro pessoas da mesma família morreram na batida entre um Uno e uma carreta. Entre as vítimas estavam duas crianças.
Os dados, da Seguradora Líder, administradora do Seguro DPVAT, mostram que, nas últimas férias de verão, entre o fim de 2017 e o início do ano passado, o número de mortes superou a marca de 6 mil. Os jovens de 18 a 34 anos foram as principais vítimas, representando 41% dos acidentes fatais. Os homens também estão entre os mais atingidos e representam 76% do total de ocorrências no período. As informações são relativas a pagamentos já feitos de indenizações do seguro para acidentes ocorridos nesse intervalo de tempo. A seguradora considera que os números podem ser ainda maiores, uma vez que vítimas e beneficiários têm até três anos para dar entrada no pedido de indenização.
A Região Sudeste lidera o ranking de ocorrências, com mais de 14 mil casos já indenizados. Na sequência, o Nordeste registrou 13.537 acidentes. Com relação aos acidentes fatais, as duas regiões, juntas, somam 65% das mortes no período. As motocicletas são o veículo mais envolvido em acidentes graves: 3 mil ocorrências fatais e 23 mil casos de invalidez permanente.
Em Minas, dos 5.550 benefícios pagos, 693 foram por morte, 3.337 para pessoas que ficaram com algum tipo de invalidez permanente e 1.520 para despesas médicas e hospitalares. Dezembro de 2017, o campeão das tragédias no período analisado, concentrou o maior número de acidentes: 2.298. Os motoristas foram as principais vítimas e representaram cerca de 70% do total de ocorrências, seguidos por passageiros e pedestres. Já as motocicletas foram responsáveis pela maioria dos casos no estado e estiveram envolvidas em 3.870 acidentes.
O DPVAT é um seguro obrigatório e pode ser destinado a qualquer cidadão acidentado em território nacional, seja motorista, passageiro ou pedestre. Oferece três tipos de coberturas: morte (R$ 13,5 mil), invalidez permanente (até R$ 13,5 mil) e reembolso de despesas médicas e hospitalares da rede privada de saúde (até R$ 2,7 mil). A proteção é assegurada por um período de até três anos.
CONCENTRAÇÃO O professor de engenharia de transporte e trânsito da Universidade Fumec Márcio Aguiar ressalta que a concentração de Natal, réveillon, férias e viagens rumo ao litoral num intervalo curto de tempo traz à tona uma somatória de fatores que contribuem para a ocorrência dos acidentes. “Em período de festas e férias há um descuido grande, porque não há continuidade da fiscalização, além da questão do álcool. As pessoas bebem, saem das festas e dirigem. O pessoal abusa da bebida, aumenta a velocidade, perde a noção do perigo e o resultado nós acompanhamos, infelizmente, todos os dias, que são os acidentes graves”, diz.
O especialista chama a atenção para o fato de a fiscalização não ser capaz de abranger o todo. “Ela é muito restrita. Não temos um corpo adequado para fazer blitze constantes. E são elas justamente a oportunidade de pegar as irregularidades, como pessoas alcoolizadas ou envolvidas com drogas”, ressalta. “Se não houver seriedade no tratamento dessas questões, vamos continuar como país campeão em acidentes que, com essas características, têm índice de severidade grande. Quando não tem morte, tem índice de invalidez considerável.”
Em 2017, o recesso de Natal foi sangrento no estado. Balanço das polícias Rodoviária Federal (PRF) e Militar Rodoviária (PMRv) apontaram a morte de 38 pessoas. A violência foi maior nas estradas estaduais, onde 24 mortes foram registradas. Nas estradas federais que cortam Minas,14 pessoas perderam a vida naquele ano. Levantamento da PRF apontou 190 acidentes em quatro dias de feriado, que deixaram 201 feridos. A Operação Natal 2017 terminou com 2.047 autuações, sendo 457 por ultrapassagem, e 20 pessoas presas. Os radares aplicaram 3.384 multas por excesso de velocidade. Dos 10 acidentes que terminaram com mortes, três foram colisão frontal, com sete das 14 mortes. A imprudência pode ser vista nas condições da pista: em apenas um dos acidentes chovia, o restante estava com tempo bom.
Já o feriado de Natal de 2018 teve um dia a mais (no ano anterior a data foi comemorada numa segunda-feira), mas foi menos trágico. Entre os últimos dias 21 e 25, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), 11 pessoas morreram nas rodovias federais que cortam Minas, e outras 250 ficaram feridas em 127 acidentes. A ocorrência mais grave ocorreu na BR-116, em Leopoldina, na Zona da Mata, onde dois carros bateram de frente. Duas pessoas morreram.
No recesso de réveillon de 2018, 15 pessoas perderam a vida nas rodovias federais e estaduais. No feriado de ano novo de 2019, nos cinco dias de operação das polícias rodoviárias Federal e Estadual, 20 pessoas morreram em acidentes. As rodovias sob jurisdição do estado foram a que mais tiveram mortes, sendo 12 no total. Já nas vias federais, foram oito óbitos. Ao todo, foram registrados 368 acidentes. Eles deixaram, além dos mortos, 415 feridos. O acidente mais grave ocorreu na BR-381, em São Gonçalo do Rio Abaixo, na Região Central de Minas Gerais. Quatro pessoas da mesma família morreram na batida entre um Uno e uma carreta. Entre as vítimas estavam duas crianças.