Verão, férias e lazer ao ar livre. A temporada é de muita diversão em praças, parques, clubes, cachoeiras e praias, mas também de riscos. As temperaturas estão em alta e os corpos, mais expostos aos efeitos da exposição ao sol, da desidratação, dos carrapatos e das picadas de mosquitos transmissores de doenças. Ontem os termômetros foram a 31,4°C em Belo Horizonte e a expectativa é que passem dos 33°C a partir de amanhã. Calor antecedido por chuvas já é sinônimo no Brasil de proliferação do Aedes aegyti, mosquito que transmite a dengue, chikungunya e a zika. A hora é de tomar precauções para evitar que o descanso vire prejuízo à saúde: controle de focos dos mosquitos, uso de repelentes, filtro solar, vacina e água têm que estar no arsenal de verão.
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Calor típico do verão abre espaço para atividades ao ar livre nas fériasChegada oficial do verão em BH é marcada por sol escaldante e tempestadesMinas Gerais registrou 82 casos de dengue por dia em 2018Óleos essenciais refrescam e protegem a pele dos raios solares no verãoDefesa Civil alerta para baixa umidade do ar em Belo Horizonte Homem é encontrado morto e com cortes na cabeça no Bairro Floresta, em BHA infestação do mosquito preocupa. Resultados do último Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (Liraa) mostram que pelo menos 40,7% dos municípios que informaram ao estado o resultado do estudo estão em situação de risco ou em alerta para a possibilidade de surto da dengue. Em 2018, foram registrados 29.875 casos da doença. O número corresponde a uma média de 81,8 notificações por dia. Oito óbitos foram confirmados e 14 permanecem em investigação.
Já os casos prováveis de febre chikungunya, também transmitida pelo aedes, chegaram a 11.772, concentrados na região do Vale do Aço. Foi confirmado um óbito por chikungunya no município de Coronel Fabriciano, na região com maior índice. Foram registrados 184 casos prováveis de zika em 2018, sendo 54 em gestantes e, destas, 16 com confirmação laboratorial.
As chances de disseminação das três doenças transmitidas pelo aedes aumentam nessa temporada, com a proliferação do mosquito. “O controle do vetor do mosquito é fundamental”, pontua o Starling. E no período de férias o risco é duplo: os corpos estão mais expostos e, muitas vezes, as residências, que concentram cerca de 85 dos focos do aedes, também, já que muitas famílias viajam e deixam suas casas por um longo período. Limpar tudo que pode servir de criadouro é uma medida essencial para não de cara com o mosquito na volta pra casa. Usar repelentes é opção para afastar os mosquitos.
Cachoeiras, beira de rios, lagos e áreas gramadas são locais muito procurados no período de férias. Nesses locais, o cuidado deve ser com o carrapato-estrela, que pode transmitir a febre maculosa se estiver infectado pela bactéria Rickettsia rickettsii, embora ele seja mais comum entre maio e outubro. “As pessoas devem ficar atentas sim. Nossas estações não são tão marcantes e, portanto, o carrapato acaba se proliferando em qualquer época do ano”, atenta o infectologista. Cavalos, capivaras e até animais domésticos, como cães e gatos, podem ser hospedeiros do parasita. No ano passado, foram confirmados 46 casos de febre maculosa em Minas.
Depois das epidemias dos últimos dois anos, também a febre amarela merece atenção. Nas temporadas de 2016/2017 e 2017/2018, somente no território mineiro, 340 pessoas morreram depois de contrair o vírus e outras 662 foram infectadas. A proteção é simples: vacina. Uma única dose ao longo da vida. “A vacina é altamente eficaz. Mas ainda temos cerca de 3 milhões de pessoas que não se vacinaram e isso preocupa”, alerta Starling. Encontrada gratuitamente na rede do SUS, a vacina contra a febre amarela é indicada para residentes e/ou viajantes que se destinam às Áreas com Recomendação de Vacinação e deve ser tomada pelo menos 10 dias de antecedência da data da viagem. Vale lembrar que todo o estado de Minas Gerais é área de recomendação para a vacina.
VIAGEM INTERNACIONAL A orientação da SES-MG é que o viajante esteja com a sua situação vacinal atualizada, conforme as orientações do Calendário Nacional de Vacinação. O viajante deve incluir o cartão de vacinação entre os documentos da viagem, pois, conforme as normas do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, este é o documento que comprova, em território nacional, a vacinação. No entanto, para viagens internacionais é importante dispor também do Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia.
Informações divulgadas pela SES mostram que alguns países da Europa, África e Ásia não apresentam uma cobertura vacinal muito ampla contra o sarampo, o que leva ao surgimento de diversos casos durante todo o ano. Por isso, recomenda-se que profissionais da área de turismo e viajantes residentes no Brasil que forem viajar para o exterior procurem um posto de saúde, pelo menos quinze dias antes da viagem, para serem vacinados. Ao retornar de viagem ao exterior, o viajante deve ficar atento a eventual ocorrência febre, manchas avermelhadas pelo corpo, acompanhadas de tosse ou coriza ou conjuntivite, até 30 dias após seu regresso, que podem ser sinais e sintomas do sarampo. Se eles ocorrerem, a orientação é procurar imediatamente um serviço de saúde.
Previna-se
Dengue, chikungunya e zika
» Contra os focos – A maneira de evitar a proliferação do Aedes aegypti, que transmite os vírus das três doenças, é eliminar qualquer foco de água parada no qual o mosquito possa se reproduzir. Todas as pessoas devem cuidar de suas casas e locais de trabalho de modo que consigam manter o ambiente sempre limpo e longe de qualquer possibilidade de acúmulo de água.
» Na pele – O uso de repelente é indicado para evitar as picadas dos mosquitos. O ideal é renovar a aplicação de acordo com a recomendação do rótulo e usar somente durante o dia. Além disso, o produto deve ser aplicado em locais não cobertos pela roupa, já que só funciona quando evapora, como uma camada de proteção.
FEBRE AMARELA
» A medida mais eficaz para evitar a doença é tomar a vacina, disponível na rede pública de saúde a qualquer tempo. Uma única dose da vacina basta.
SOB O SOL
» Evite exposição excessiva ao sol. Use protetor solar no mínimo 30 minutos antes da exposição (FPS 30), reaplicando conforme orientação do fabricante. Utilize também óculos de sol e chapéu de aba larga. Hidratação é fundamental. Beba muita água e use cremes hidratantes depois da exposição.