Morreu na manhã desta quinta-feira no Hospital João XXIII, em BH, o professor Haroldo de Paiva Pereira, do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG) – Câmpus Ouro Preto. No último domingo, ele foi encontrado gravemente ferido e inconsciente dentro de casa, na cidade histórica na Região Central de Minas. Segundo a Polícia Civil, um suspeito do crime foi preso hoje, mas detalhes da motivação ainda não foram divulgados.
O crime ocorreu no Bairro Morro São Sebastião. De acordo com o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica – Seção Sindical IFMG (Sinasefe-IFMG), Pereira foi encontrado por vizinhos na tarde de domingo. “Testemunhas relataram que o professor estava numa casa de eventos próxima ao bairro e que a porta da sua casa estava aberta desde a madrugada de domingo. Vizinhos estranharam a situação e, ao entrarem no imóvel, se depararam com Haroldo bastante ferido e sem consciência”, informou a entidade por meio de nota.
Na segunda-feira, os membros do sindicato foram informados de que ele havia apresentado uma “melhora significativa” em seu quadro de saúde. Ainda segundo o sindicato, consta no boletim de ocorrência que a moto do professor não foi encontrada, mas até então não poderiam afirmar que o veículo havia sido roubado.
“A Direção do Sinasefe IFMG repudia veementemente a brutal violência ocorrida contra o professor Haroldo e ressalta a suspeita do crime de ódio, uma vez que várias lesões na face caracterizam esse tipo de crueldade”, diz a nota.
Na manhã desta quinta, o IFMG confirmou a morte do professor, que era coordenador da Coordenadoria da Área de Artes. “A Direção-Geral está no Hospital João XXIII, a fim de dar todo apoio a família. O IFMG - Campus Ouro Preto solidariza com a família enlutada”, diz a nota do instituto publicada hoje.
O Movimento ITA LGBT, de Itabirito, também divulgou uma nota lamentando a morte do docente. “Agradecemos imensamente a grande contribuição que Haroldo deu aos seus alunos e a sociedade ouro pretana, que será sempre lembrado pelo profissionalismo, inteligência, competência e sensibilidade para lidar com as adversidades, fazendo um enfrentamento a LGBTfobia. Sua morte não será em vão”, diz o texto publicado hoje no Facebook.