Um jovem de 22 anos foi detido por falsa comunicação de crime na noite de quarta-feira no Bairro Rio Branco, Região de Venda Nova. Segundo a Polícia Militar (PM), ele procurou a polícia dizendo que havia sido assaltado, mas acabou confessando que seu objetivo era tentar receber o seguro de um celular. Esse é o quarto caso do tipo registrado nos últimos dois dias em Belo Horizonte.
Conforme o boletim de ocorrência, por volta das 21h25 o rapaz procurou uma base móvel da PM na Praça João Viana, com a caixa do aparelho nas mãos, dizendo que havia sido assaltado na praça do Bairro Sinimbu. Ele disse aos policiais que dois homens, um de boné e outro com a cabeça raspada, se aproximaram dele encostando um objeto pontiagudo e levaram o celular.
Ele disse aos policiais que foi em casa buscar a caixa do aparelho e disse que precisava do boletim de ocorrência para resgatar o valor do seguro. Como ele se contradisse ao responder algumas questões, os policiais desconfiaram e chamaram a viatura do policiamento da região.
Os militares conseguiram acesso às câmeras de segurança da praça do Bairro Sinimbu, que não gravaram nada do que foi descrito pelo rapaz. Segundo a PM, ele acabou confessando que perdeu o celular quando estava buscando a esposa no trabalho. Ele recebeu voz de prisão por falsa comunicação de crime e foi levado para a Central de Flagrantes da Polícia Civil (Ceflan 4).
Desde o dia 22, já são quatro casos semelhantes registrados pela PM na capital. Os outros três foram na última terça. O tenente Washington Amaral, da 6ª Companhia da Polícia Militar, prendeu um homem de 23 anos e uma mulher de 49 pelo delito em um intervalo de duas horas.
O primeiro caso aconteceu por volta das 16h. Segundo o rapaz, ele teria sido roubado na Praça Sete, no Centro, durante a madrugada. O suspeito teria usado uma arma e a apontado para a cabeça dele. Contudo, por meio das imagens das câmeras do Olho Vivo, a polícia não encontrou registro do crime. Assim como no caso de Venda Nova, a vítima entrou em contradição. "Nós perguntamos sobre vários aspectos da ocorrência e ele começou a gaguejar. Depois, ele confessou que havia dormido na praça ao consumir bebida alcoólica", detalhou o tenente Washington à reportagem do em.com.br em 22 de janeiro.
Duas horas depois, uma psicóloga saiu da Região do Barreiro para ir até o Centro também no intuito de burlar o seguro. Aos militares, ela deu detalhes do crime, que teria ocorrido em um ônibus da cidade. "Ela disse que um rapaz tinha a ameaçado com uma faca. Do jeito que ela falou, realmente pareceu verdade. Mas, com apoio do Olho Vivo. percebemos que a mulher não tinha passado pelo local", disse o tenente. Além disso, a PM rastreou o aparelho da suspeita e percebeu que ele estava na Região do Barreiro, justamente no trabalho dela. Diante das pistas, a mulher confessou o crime. Ela tem passagem pela polícia pelo crime de estelionato. "É um crime que tem sido comum. O ato prejudica o planejamento operacional da Polícia Militar, além de configurar um ato ilícito contra a seguradora", afirmou o tenente.
No fim da noite de terça-feira, no Bairro Salgado Filho, Região Oeste de BH, um homem procurou uma base comunitária móvel dizendo que teve o celular roubado por dois homens em uma moto. Ele também se contradisse e confessou que precisava de uma ocorrência para justificar que o aparelho estava com defeito. Além do celular, os policiais recolheram uma nota fiscal e a apólice de seguro. Todos os detidos foram encaminhados à Polícia Civil. (Com informações de Gabriel Ronan)