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Estado de Minas

Hospital filantrópico é investigado por exigir pagamento de pacientes do SUS

De acordo com o Ministério Público, de 2013 a 2018, quem pagava tinha prioridade no atendimento de urgência do hospital


postado em 24/01/2019 12:58 / atualizado em 24/01/2019 13:49

(foto: Reprodução/Google Street View)
(foto: Reprodução/Google Street View)

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e as polícias Civil e Militar deflagraram na manhã desta quinta-feira uma operação para apurar supostas irregularidades cometidas por gestores, servidores e profissionais de saúde de hospital filantrópico da cidade de Ubá, na Zona da Mata. Segundo as investigações, eles estariam burlando o Sistema Único de Saúde (SUS), oferencendo prioridade no atendimento a pacientes que pagassem pelos serviços.

De acordo com o MP, um mandado de prisão está sendo cumprido, além de 12 busca e apreensões em Ubá, Guarani, Piraúba e Rio Novo.

A suspeita é que os envolvidos criaram um fluxo paralelo ao sistema oficial de regulação de acesso aos serviços hospitalares de urgência e emergência (SUSfácil), mediante exigência ilícita de pagamento de consultas médicas pelos respectivos usuários.

Conforme as investigações, de 2013 a 2018, os profissionais do Hospital Santa Isabel teríam implementado o funcionamento de “dupla porta” em Pronto-Socorro para atendimento às urgências médicas. A assistência seria dividida entre os usuários particulares e planos de saúde e os pacientes do SUS.

Segundo o MPMG, evidenciou-se a constituição de associação destinada a viabilizar cobranças ilícitas dos usuários do SUS por consultas médicas realizadas no pronto-socorro do Hospital Santa Isabel, destacando-se duas vias de operacionalização de tais cobranças.

A primeira é referente à fraude ao Sistema de Regulação SUSfácil (transferências inter-hospitalares). Na ocasião, a suspeita é de que os pacientes eram transferidos informalmente das unidades hospitalares de origem para o Hospital Santa Isabel, sob condicionante do pagamento da consulta médica de pronto-socorro, passando na frente de outros pacientes do SUS que aguardavam transferência por meio do sistema oficial.

Outra suspeita é que os suspeitos fraudavam o sistema de classificação de risco do pronto-socorro do Hospital Santa Isabel. No método ilegal, os usuários que se submetiam ao pagamento das consultas particulares no pronto-socorro furavam a fila de espera do SUS.

A operação foi denominada Sala Vermelha em alusão ao local em que os pacientes em estado grave são recebidos nas unidades de saúde de urgência e emergência. 

O Estado de Minas entrou em contato com o Hospital Santa Isabel e aguarda retorno da administração.

*Estagiário sob supervisão do editor Benny Cohen


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