Jornal Estado de Minas

Italiano morador da Grande BH é internado com suspeita de sarampo


A Secretaria de Estado de Minas Gerais (SES/MG) investiga um caso suspeito de sarampo na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O paciente com os sintomas da doença é um italiano, de 29 anos, morador de Betim, que chegou ao Brasil há 15 dias. O homem está internado em um hospital particular da capital mineira desde a última segunda-feira. Exames foram realizados no paciente para confirmar se trata da moléstia.

De acordo com a SES, o paciente não soube informar se já foi vacinado contra o sarampo. Também não sabe se teve a doença na infância. Por enquanto, a pasta trata o caso como importado, quando não há transmissão no estado ou país. “Destaca-se que as ações de notificação imediata, controle e bloqueio vacinal são independentes de todas as confirmações laboratoriais (sendo de competência das vigilâncias municipais, com suporte regional e estadual) e são iniciadas a partir da suspeita da doença”, destacou.


Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de Betim, o paciente se mudou para a cidade em 10 de janeiro, pois começou a trabalhar em uma empresa de Juatuba, na Grande BH. Ele estava em uma viagem pela Croácia no final do ano passado. Depois, voltou a Itália e, veio para o Brasil na sequência. Os sintomas da doença tiveram início em 18 de janeiro.

Exames de sorologia para sarampo foram realizados no homem na última terça-feira. O material foi encaminhado para a Fundação Ezequiel Dias (Funed) para análise. “O órgão informou, no dia 23, que o resultado foi reagente, sendo necessária a análise da segunda amostra para a confirmação do caso”, informou a Secretaria Municipal de Saúde.


Para confirmar a doença, é preciso realizar dois exames de sorologia. “A primeira coleta deve ser feita nos primeiros dias dos sintomas e, a segunda, entre a 2ª e a 3ª semana após a primeira coleta”, explicou a pasta.

Entre as medidas que já foram tomadas pela SES está o bloqueio vacinal no ambiente hospitalar; bloqueio vacinal na residência em Betim, e bloqueio vacinal na empresa em que o homem trabalha. O paciente também já passou por exames. “As amostras em suspeita – após segunda coleta – são encaminhadas à FIOCRUZ/RJ – Fundação Oswaldo Cruz, que re-testa as análises sorológicas e realiza biologia molecular com o objetivo de detecção viral. Somente após todo este processo, que um caso pode ser considerado confirmado”, explicou a SES.

Sarampo em Minas


Minas Gerais não registra caso autóctones, quando há a transmissão dentro do estado, desde 1999. Na época, nove pessoas contraíram sarampo.
Dois casos da doença foram confirmados em 2013. Os pacientes, dois irmãos, contraíram a moléstia em uma viagem à Flórida, nos Estados Unidos. Mesmo assim, em 2018, algumas notificações da doença foram registradas. De acordo com o último boletim epidemiológico divulgado pela SES em 13 de dezembro, 439 casos suspeitos foram registrados, sendo 348 descartados laboratorialmente e 91 ainda se encontram em processo de investigação, aguardando pesquisa laboratorial das amostras pela Funed.

Ainda estão sendo feitas novas análises de 18 pacientes que apresentaram amostras soropositivas para anticorpos IgM, o que pode indicar a atuação do vírus do sarampo. Uma segunda amostra soropositiva é necessária para a confirmação da doença. As pessoas nesta situação são moradoras dos seguintes municípios: Belo Horizonte (03 casos), Caratinga (01 casos), Carmo da Mata (01 casos), Conceição das Pedras (02 casos), Itanhandu (01 caso), Jequitinhonha (01 caso), Juiz de Fora (01 caso), Lagoa Santa (01 caso), Muriaé (02 casos), Raposos (01 caso), Ribeirão das Neves (01 caso), Santa Helena de Minas (01 caso), Santa Juliana (01 caso) e São Roque de Minas (01 caso).

Segundo a SES, o resultado soropositiva de IgM significa um indicador de resposta imunológica recente, ou seja, os anticorpos da pessoa estão em alerta, o que indica uma doença. Porém, ainda não se pode confirmar que seja sarampo, pois outras enfermidades provocam a mesma reação, como a dengue, por exemplo.

A vacinação é a forma mais eficaz de evitar a doença. A meta mínima recomendada para a Campanha Nacional contra o sarampo e rubéola em crianças entre 1 e menor de 5 anos foi alcançada em Minas.
A cobertura vacina neste público está em 97,49%,  com um total de 1.001.522 doses aplicadas. A meta é de 95%. Vale destacar que a vacina tríplice viral, que protege também da rubéola e a caxumba, está a disposição da população em todas as unidades básicas de saúde do estado.

O sarampo é uma doença infecciosa grave, provocada por vírus, transmitida pela fala, tosse e espirro, e extremamente contagiosa, podendo ser contraída por pessoas de qualquer idade. É caracterizada por febre, inflamação das mucosas do trato respiratório, erupção maculopapular generalizada seguida por descamação..