“Não mudou nada, e a barragem que rompeu em Brumadinho não estava entre as de risco. Então a gente vê que não tem segurança. Até quando, a pergunta é essa: até quando vamos perder vidas? Até quando?”, afirma Ediléia Márcia dos Santos, de 42. Ela é uma das moradoras de Bento Rodrigues, subdistrito de Mariana, na Região Central de Minas, arrasado pelo rompimento da Barragem de Fundão, da mineradora Samarco.
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Além de reviver a tragédia a que sobreviveu, ele ficou apavorado com a possibilidade da família estar entre os desaparecidos.
A Mina do Feijão pertence à mineradora Vale, que também é uma das donas da Samarco, responsável pelo acidente em Bento Rodrigues. “Quem sofre os danos é que fica no prejuízo. A empresa fica a mesma coisa.
Zezinho ainda espera ser indenizado e receber uma casa, já que a sua foi destruída pela lama. “É o mesmo drama. O que mudou é que a gente tem um tremendo medo, não foi indenizado, não está morando nas nossas casas. As empresas são as mesmas, é tudo farinha do mesmo saco”, reclama..