Um cenário desolador. É assim que o fotógrafo do Estado de Minas, Gladyston Rodrigues, resumiu o que viu quando sobrevoou as proximidades da Barragem Mina Feijão, em Brumadinho, na tarde desta sexta-feira. O profissional captou imagens por uma hora. Retratos de um lugarejo devastado, tentativas de salvamento e incredulidade diante de uma cena assustadora.
Do alto, Glaydston registrou casas praticamente submersas em meio à lama. Das residências, apenas as telhas ficaram visíveis. E em cima delas, pessoas tentavam chegar a possíveis vítimas que poderiam estar dentro dos imóveis. Paralelamente, militares do Corpo de Bombeiros trilhavam caminhos com tábuas de madeira no resgate.
“É impressionante você chegar e se deparar com uma cena daquela de destruição. Lama para todo lado, casas destruídas. Pessoas procurando possíveis vítimas. Pessoas em cima das telhas, de destroços”, descreveu Gladyston.
Uma verdadeira força-tarefa foi montada para o salvamento. Vários helicópteros, como o Arcanjo do Corpo de Bombeiros, o Pégasus da Polícia Militar, e o Esquilo da Polícia Civil, sobrevoavam a região, em baixa altitude, em busca de sobreviventes.
Enquanto as forças de segurança se empenhavam em tentar resgatar sobreviventes, moradores das partes mais altas, nas varandas de suas casas, estavam perplexos diante da tragédia. Gladyston registrou vários deles sem ação, com os rejeitos de minério passando a poucos metros à frente, devastando a região.
“É muito assustador ver essa devastação toda. Você vê só um telhadinho de uma casa e a lama passando. É muito triste”, lamentou o fotógrafo.
A operação mobiliza 51 bombeiros e seis aeronaves, que estão resgatando várias pessoas ilhadas em diversos pontos a todo momento. O Corpo de Bombeiros informou que pelo menos 200 pessoas estão desaparecidas.
Mais cedo, a Vale confirmou, por meio de nota, que havia empregados na área administrativa, atingida pelos rejeitos. A mineradora informa que o fato indica a possibilidade, ainda não confirmada, de vítimas.
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