A tragédia de Brumadinho atropela os planos nos quais a mineradora Vale vinha trabalhando para ampliar a vida útil da jazida Córrego do Feijão. Embora não esteja entre as maiores e mais expressivas reservas de minério de ferro da companhia em Minas, Córrego do Feijão integra o chamado complexo minerador Paraopeba, que ajudou a Vale a conquistar recorde histórico de produção no Brasil, de 104,9 milhões de toneladas, no terceiro trimestre do ano passado.
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Angústia marca manhã de parentes dos desaparecidos no Centro de BrumadinhoBolsonaro chega a Brumadinho e sobrevoa área atingida por rompimento de barragemRompimento de barragem em Brumadinho causa morte de peixes no rio Paraopeba; veja vídeosZema decreta luto em MG por mortes causadas pela barragem de BrumadinhoSaiba como chegar a Brumadinho após tragédia do rompimento de barragem Imagens aéreas do rompimento de barragem em BrumadinhoA companhia pretende adequar e aproveitar estruturas de exploração nas duas minas, elevando a capacidade produtiva delas dos atuais 10,6 a 17 milhões de toneladas por ano. Nos nove primeiros meses de 2018, último período de resultados operacionais e financeiros divulgados pela mineradora, o complexo Paraopeba produziu 20,608 milhões de toneladas, já com aumento de 3,4% em relação a idênticos meses de 2017.
A mina pertenceu à antiga Ferteco Mineração, que foi incorporada pela Vale no fim de 2010. A negociação à época envolveu as reservas de Córrego do Feijão e Fábrica, esta última localizada em Congonhas, na Região Central de Minas, além de uma planta de pelotização (que concentra o minério em pelotas destinadas à exportação) também no complexo de Fábrica.
O plano de expansão em Brumadinho está longe de ser o único da empresa em Minas, que parecia relegada a segundo plano quando a Vale inaugurou, no fim de 2016, o S11D, a supermina de ferro no Pará, que recebeu US$ 6,4 bilhões em investimentos. Prefeitos dos municípios mineradores e profissionais do setor no estado, que é berço das atividades da mineradora, chegaram a cogitar que Minas perderia importância no mapa da empresa.
Contudo, apesar da idade avançada e dos teores de ferro mais baixos das reservas de Minas, elas continuam contribuindo com destaque para os resultados da companhia. Recentemente, em conversa com jornalistas na capital mineira, o diretor da cadeia de ferrosos da Vale, Vagner Loyola, afirmou que há estudos para expansão da produção no estado dentro e fora das reservas que hoje a companhia explora.
A Vale opera 22 minas de ferro, das quais nada menos de 19 estão localizadas em Minas. O último grande investimento feito pela companhia no estado azeitou máquinas e equipamentos do complexo produtor de minério de ferro de Itabira, com cerca de 76 anos de operação..