Em meio a muita angústia em Brumadinho, familiares de desaparecidos na lama da barragem viram a fé e a esperança renascerem.
O Estado de Minas conversou com dois irmãos que estavam em busca de informações de um terceiro irmão que trabalha na Vale. Eles contam que em momento algum desanimaram e incentivam pessoas a continuar acreditando.
“Gente, não vamos perder a esperança. Vai achar muita gente ainda”, exclama o engenheiro mecânico Peter Marques de Faria, de 36 anos. O irmão dele estava no restaurante atingido pela lama no momento do acidente, mas conseguiu sobreviver. Às 14h19 e às 14h56, ele tentou contato com um amigo dele da mesma empresa por telefone, mas sem sucesso. “Como ele tentou entrar em contato, ele tava com vida, em algum lugar precisando de ajuda”, disse o outro irmão, Paulo Henrique de Farias, mecânico, de 44 anos.
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“Eu tava em um determinado ponto de um sítio, aí a proprietária gritou ‘que zueira é essa?’ eu falei: ‘é caminhão que tombou’. Quando eu virei uma determinada posição, que eu vi, só a mata abrindo, aquele mundo de poeira descendo, e lama, só deu tempo de sair eu e a empregada. A dona, ninguém tem notícia ainda”. Esse é o relato de um dos sobreviventes da tragédia de Brumadinho, o bombeiro hidráulico, Fernando Luis de Almeida, de 50 anos. Ele contou com a ajuda de outro homem que estava no campo. Eles saíram com o carro e acompanharam o mar de lama invadir a cidade.
*Estagiária sob supervisão do editor Benny Cohen
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