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Estado de Minas

'Preciso ficar, tenho criação, tenho de arriscar', diz produtor rural em Brumadinho

Morador contraria ordem de evacuação para preservar animais


postado em 27/01/2019 13:30 / atualizado em 27/01/2019 14:53

 

Propriedade às margens do Córrego do Feijão foi parcialmente destruída pela lama da Vale (foto: Alexandre Guzanshe / EM)
Propriedade às margens do Córrego do Feijão foi parcialmente destruída pela lama da Vale (foto: Alexandre Guzanshe / EM)
Mesmo diante da ameaça iminente de um novo rompimento de barragem em Brumadinho, Nilton Geraldo Rodrigues, 59 anos, que mora há oito na zona rural do município com a família, preferiu não deixar sua propriedade. Embora tenha sido inicialmente conduzido pela Defesa Civil para a sede do município com a esposa, filha e três netas, ele preferiu contrariar as ordens das autoridades e retornar ao local para cuidar de suas criações.

 

Ele afirma que a necessidade de cuidar dos animais o impede de ir para os locais considerados seguros pelas autoridades, por não haver subsídios financeiros para ir e voltar todos os dias e alimentar os animais.

 

"Diz que a Vale tá bancando hotel lá, eu não sei, mas eu preciso ficar aqui porque tenho criação para olhar. Como vou largar meus bichos aqui, com fome? Tenho porco, tenho galinha, tenho cachorro. Tenho que arriscar ficar aqui. Não tenho condições de ficar indo e voltado para Brumadinho todo dia, eles não vão me bancar todo dia", explicou o fazendeiro.

 

Perguntado pela reportagem do EM sobre os riscos de um novo rompimento, dessa vez da barragem de água B6, ele pondera: "Se tiver muita água nela, tem perigo. Mas, se eles tirarem a água dela, como estavam fazendo ontem, aí vai descer só o barro". Veja o depoimento completo dele:


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