O corpo da médica do trabalho Marcelle Porto Cangussu, de 35 anos, foi enterrado no início da tarde deste domingo, 27, em Belo Horizonte, em meio a dor e emoção. Marcelle foi a primeira vítima identificada da tragédia de Brumadinho, causada pelo rompimento da barragem 1 da Vale no Córrego do Feijão, Minas Gerais.
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Nos primeiros momentos do desaparecimento, a mãe acreditava que Marcelle estaria ajudando as vítimas. "Eu e minha filha mais nova chegamos a pensar que, por ser médica, ela estivesse socorrendo pessoas", contou. "Infelizmente aconteceu algo pior."
Ainda segundo os familiares, Marcelle nunca reclamou sentir medo ou insegurança por trabalhar na mina. "O único medo que sentíamos era da estrada, pois ela dirigia cerca de meia hora para ir ao trabalho", disse a mãe.
O tio, Denysson Porto, disse que Marcelle havia comemorado o aniversário na noite anterior em um restaurante da cidade. "Estava feliz, com os amigos, parentes. A nossa menina adorava sorrir." No dia da tragédia, ela iria continuar com as comemorações.
"Era uma pessoa bonita, alegre demais, verdadeira. Vai deixar saudades", contou a médica Valéria Rodrigues, amiga de Marcelle.
Outras sete vítimas da tragédia também já foram identificadas. Neste domingo, 27, as buscas foram interrompidas por risco de rompimento de outra barragem da Vale..