Deputados que votaram pela rejeição do projeto de lei que endureceria as regras para a prática da mineração em Minas Gerais argumentam que o substitutivo apresentado na Comissão de Minas e Energia da Assembleia não contemplava todos os envolvidos e poderia inviabilizar a atividade no estado, com graves impactos econômicos. A proposta original, que chegou a ser aprovada em primeiro turno, ainda tramita na Casa e deve voltar à pauta com o retorno dos trabalhos em fevereiro.
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Ele negou que o texto original fosse para “inglês ver”, como denunciou o colega autor do substitutivo derrotado, e afirmou que a proposta também tinha sido discutida com o Ministério Público e os setores envolvidos. “Mas é preciso diálogo. Temos que conseguir aprovar uma legislação que puna e fiscalize com mais rigor e seriedade, mas em paralelo não podemos acabar com a mineração.
Filho do ex-prefeito de Mariana Celso Cota, o deputado estadual Thiago Cota (MDB) também votou contra o texto. Ele alega que tomou a decisão por ser relator do projeto original, que já acreditava ser suficiente para melhorar a lei. “O relator do projeto inicial sou eu e é natural que defenda nosso projeto, que já tem muito aperfeiçoamento tanto na área de segurança como na das falhas que ocorreram em Mariana.
Segundo Cota, o projeto não era brando e incluía a regra para se investir nas barragens a seco. “Agora, prevendo uma transição porque não adianta criar projetos para atender somente às entidades ambientais sem escutar outros segmentos. Cota disse ainda que a Associação dos Municípios Mineradores (Amig) era contra a versão de Xavier.
Diante da repercussão negativa do seu voto em razão da nova tragédia, Cota também divulgou nota no Facebook se justificando.
Em 2014, último ano em que foram permitidas as doações privadas, Cota recebeu financiamento de mineradoras. O parlamentar e seu partido, o MDB, também receberam inclusive verba de várias empresas da Vale.
O deputado estadual Gil Pereira (PP), que também votou contra o substitutivo à lei da mineração na ALMG, também foi procurado mas não retornou a ligação. Em sua página no Facebook, se justificou dizendo que votou contra o texto porque havia um projeto de lei melhor. “Esse projeto de lei (3676/16) inclusive já foi votado em primeiro turno e foi aprovado por toda Assembleia de Minas Gerais. Portanto, qualquer informação distinta dessa é mera inverdade, publicada com intuito de apenas fazer do sofrimento das pessoas ribalta política.
Reitero minhas condolências a todos os mineiros e sobretudo às famílias diretamente afetadas”, disse. .