Jornal Estado de Minas

'Isso é um genocídio', diz Alexandre Kalil sobre desastre de Brumadinho


“Isso é um genocídio”, disse o prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PHS) na manhã desta segunda-feira, sobre a tragédia em Brumadinho, quando houve o rompimento da Barragem da Mina do Córrego do Feijão, empreendimento da Vale. 


 
Para o prefeito, a impunidade é causa exclusiva dessa tragédia se repetir em Minas Gerais. “Se o presidente da Vale tivesse sido preso pelo desastre de Mariana, esse desastre (Brumadinho) certamente não aconteceria”, disse. 

“Isso que revolta, que entristece. Isso não é árvore, não é passarinho, não é boi, não é cachorro. Eu acredito que passe de 300 o número de vítimas. Isso é um genocídio. É um crime que, pelo menos preventivamente, essa diretoria da Vale tinha que estar na cadeia, isso não aconteceria nunca mais com qualquer lei que se colocar”, desabafa o prefeito.

Durante a entrevista à TV Record, Kalil disse que deixar as leis mais rigorosas não adianta, pois a corrupção está instalada no meio da mineração. “Eles fazem o que querem, são bilionários. Não vamos comparar com ‘empresariozinho’ de boate do interior do Rio Grande do Sul com a Vale do Rio Doce. Aquilo foi um acidente gravíssimo, isso que estamos vendo pela segunda vez em Minas Gerais, é crime”, compara o prefeito, com a tragédia da Boate Kiss, que deixou 242 jovens mortos em 2013.



Alexandre Kalil disse que a tragédia de Brumadinho não deve ter o mesmo tratamento que em Mariana. Para ele, o presidente da Vale também não deveria estar reunido com governantes. “O presidente da Vale tinha que estar no lugar onde a irresponsabilidade se mata 300 pessoas. É injustificável, é revoltante e desanima ser brasileiro numa hora dessa”, completa.

O prefeito também registrou sua insatisfação com o Ministério Público, que tem investigado o aumento da tarifa do transporte público em Belo Horizonte. “É hora de todos que trabalham tanto com aumento de passagem, o próprio Ministério Público está preocupado que aumentou 50 centavos na passagem, pediu 104 mil documentos, pra ver se tem algum ‘vagabundo’ mexendo com isso ou qualquer coisa que o valha”. 


 

*Estagiária sob supervisão do editor Benny Cohen