A missão israelense que vai ajudar nas buscas por vítimas da tragédia de Brumadinho,na Região Metropolitana de Belo Horizonte, chegou na cidade por volta das 13h desta segunda-feira. O comboio com os militares foi levado para a Faculdade Asa, onde está instalado o Centro de Comando. Aproximadamente 120 militares foram deslocados, em seguida, para a zona quente, junto com equipamentos.
A missão com 132 oficiais das Forças de Defesa de Israel chegou no Aeroporto Internacional de Confins na noite desse domingo. No desembarque, o comandante da missão Golan Vach afirmou que tem esperança de encontrar sobreviventes. "Encontramos pessoas depois de 100 horas no (terremoto) do Haiti. Estamos a 60 horas", disse.
Eles vieram com 12 tipos de equipamentos para colaborar com as buscas. Um deles é um sonar. O item capta sinais telefônicos a até cinco metros de profundidade e se torna mais uma opção para capacitar os trabalhos de busca e salvamento em meio à lama de rejeitos. "A gente faz uso de uma série de recursos tecnológicos. Atualmente, a gente faz uso de sobrevoos com drones, câmeras termais, georreferenciamento, últimas localizações disponíveis e outros equipamentos. Este é mais um recurso para somar", explicou o tenente Pedro Aihara, do Corpo de Bombeiros, sobre o novo aparato.
Os militares vão utilizar, também, um sonar para detecção de material humano. “Eles (os israelenses) já solicitaram amostras para saber o tipo de composição da lama, para ver se conseguem detectar, pela sensibilidade dos sonares, a diferença do que é rejeito e do que é material do corpo humano”, explicou o tenente Pedro Aihara.
O comandante da Unidade de Resgate Nacional de Israel, Golan Vach, também concedeu entrevista à imprensa em Brumadinho. Ele disse sobre o que já foi feito nesta segunda-feira. "Logo de manhã, nós checamos a área com helicópteros para ter uma imagem completa do local. Antes de tudo, nossa impressão é de um grande trabalho do Corpo de Bombeiros. É uma missão muito difícil, em um lugar muito perigoso", contou o militar.
Almoço
Um grupo de 20 voluntários da comunidade judaica em Belo Horizonte está responsável por preparar as refeições para os militares do Exército israelense. As refeições são preparadas no bairro Funcionários, na sede do Beit Chabad, organização beneficente judaica. Os alimentos são kasher, preparados segundo preceitos milenares da lei judaica, descritos no Velho Testamento. Os judeus não podem comer, por exemplo, carne de porco, camarão, lagosta, frutos do mar, peixes sem escamas, carne com sangue, e alimentos que misturen carne com produtos de origem láctea, como manteiga, leite e queijo.
O cardápio do almoço desta segunda-feira tem arroz, feijão, bolinho de carne, frango à milanesa, macarrão à bolonhesa e salada de macarrão. Por dia, serão consumidos 60kg de carne e 80kg de frutas, legumes e verduras.
Números da tragédia
Um novo balanço divulgado na manhã desta segunda-feira apontou o número de mortes devido ao rompimento da barragem em Brumadinho. Já são 60 óbitos confirmados. Até o momento são 292 desaparecidos e 192 resgatados. Ainda de acordo com o órgão, 19 corpos já foram identificados. 135 pessoas estão desabrigados.