Uma atenção especial terá que ser dada pela Vale aos animais atingidos pela lama de rejeitos que vazou da Barragem da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A Justiça determinou que a empresa tome medidas para resgatar e tratar os bichos agonizantes presos em meio ao material.
A decisão foi da juíza plantonista Perla Saliba Brito, da comarca de Brumadinho. A magistrada determinou que a Vale contrate ou forneça equipes capacitadas para o acolhimento e tratamento dos animais agonizantes. Além disso, deverá dispor de medicamentos, alimentos, maquinários e todo qualquer meio adequado para o resgate.
Caso não cumpra a determinação, terá que pagar multa de R$ 50 mil por dia, além de responder pelo crime de desobediência. A juíza enfatizou que essa ação não deve, em hipótese alguma, prejudicar a atuação dos bombeiros no resgate das vítimas humanas.
A solicitação dos animais foi feita pelo deputado estadual Noraldino Lúcio Dias Júnior (PSC). Ele alegou que o salvamento dos animais não estava sendo feito devido a falta de apoio da mineradora. Apontou, ainda, o risco de doenças que podem ser propagadas devido aos animais mortos.
Resgates
Foram iniciadas, oficialmente, nesta segunda-feira as buscas pelos animais atingidos pelo rompimento das barragens em Brumadinho. Segundo a médica veterinária Carla Sassi, da coordenação de campo da comissão de desastres do Conselho de Medicina Veterinária de MG, os bombeiros fazem um voo agora pela manhã para ajudar a localizar possíveis animais na lama ou ilhados.
Ainda de acordo com ela, há quatro equipes em campo buscando pelos bichos atingidos pela lama. Sassi contou que foi preciso sacrificar uma vaca nesse domingo, pois com a demora para a autorização para buscá-la ela entrou em sofrimento. A morte foi acompanhada por médicos veterinários.