Por dias, a família do engenheiro Cláudio José Dias Gonçalves, de 26 anos, se manteve esperançosa em busca de notícias sobre seu desaparecimento durante a tragédia de Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Na tarde desta segunda-feira, a triste confirmação da morte do profissional chocou a todos que aguardavam ansiosamente no Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte.
Cláudio se formou em engenharia há um ano e estava no refeitório no momento que a barragem se rompeu. Ele deixou a esposa Dayane, de 24, e o filho, João Miguel, de apenas 5. Ele começou a trabalhar na Vale como estagiário e teve promoção no ano passado, depois que recebeu o diploma de engenheiro.
"A agonia acabou. Só tínhamos esperança de achá-lo vivo, mas agora sabemos que não. A gente está muito triste. Desde sexta, estávamos na agonia. Ninguém vai conseguir trazê-lo de vola", diz Paola Michele, prima de Cláudio.
O corpo dele foi reconhecido pelo IML depois de análise das impressões digitais. Ainda assim, a mãe do funcionário, Mércia Gonçalves Dias, foi ao IML se despedir do filho. "São muitas famílias sofrendo. Temos amigos que ajudam para superarmos esse pesadelo. Graças a Deus, tenho muitas pessoas que me ajudam nessa hora difícil. Mas as orações foram insuficientes para deixá-lo vivo".
A família pede por Justiça. "A Vale tem de parar de fazer coisas baratas e trabalhar de forma mais eficiente", afirma Mércia. "Há um ano ele vinha alertando à Vale sobre o risco de ruptura da barragem em Brumadinho. Mas a direção da empresa nada fez", alega Paola.