Jornal Estado de Minas

Conheça o tenente Pedro Aihara, jovem porta-voz dos bombeiros de Minas Gerais

Ele ganhou notoriedade nacionalmente por aparecer dando as informações sobre a tragédia em Brumadinho, na Grande BH. Mas, em Minas Gerais, o tenente do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG), Pedro Aihara, de 26 anos, já é bem conhecido. Ele atua no setor de comunicação da corporação, trabalhando na sala de imprensa. Com especialização em prevenção de desastres e acostumado a lidar com as demandas jornalísticas, foi o escalado para ser o porta-voz da corporação na cidade.


Em suas entrevistas, o tenente Aihara é direto. Responde as perguntas com objetividade, sem desviar o foco. Os boletins são divulgados, em média, três vezes ao dia. Na manhã de ontem, familiares de desaparecidos questionavam os trabalhos da corporação. As críticas eram, principalmente, pela demora das respostas, já que eram quase 72 horas do rompimento da Barragem do Córrego do Feijão. Em meio aos gritos, o tenente Pedro Aihara desabafou. “A maior dificuldade é ter de lidar com a angústia dos desaparecidos. Podem ter certeza que estamos trabalhando como se essas pessoas fossem nossas mães e nossos pais. São 58 histórias”, disse, com os olhos marejados. Até a noite desta segunda-feira, os óbitos já haviam saltado para 65.


Pedro Aihara tem graduação em direito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e graduação em ciências militares, com ênfase em gestão e prevenção de catástrofes, pelo CBMMG. É especialista em gestão de projetos pela Universidade de São Paulo (USP) e em prevenção de desastres pela Universidade de Yamaguchi (Japão). Essa é a primeira grande tragédia em que Aihara atua.

Nas redes sociais, ele ganhou cerca de 12 mil seguidores desde a última sexta-feira, quando a barragem rompeu. Lá, ele mostra o carisma, amizades e um jeito alegre de ser. Professora de matemática do Colégio Militar de BH, a major Pollyanna Lara, é só elogios ao ex-aluno. “Era um aluno brilhante, centrado, articulado, até pela característica da etnia dele. O povo japonês é sistemático, focado, isso aliado à formação dele no Colégio Militar, que tem a proposta de construir um cidadão pleno. Ele incorporou esses valores e fez disso sua profissão”, diz a major.