O sacrifício de animais atolados pela lama em Brumadinho, na Região Metropolitana, chamou a atenção e provocou polêmica nesta terça-feira. Isso porque, nessa segunda-feira, ao menos uma aeronave teve a missão de executar, com tiros, animais ilhados ou feridos. A Defesa Civil informou que o abate aleatório não foi autorizado. No início da tarde desta terça-feira, o sacrifício foi confirmado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).
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Do meio da mata, o jornal O Estado de S.
O repórter do Estado de Minas Mateus Parreiras viu o policial rodoviário federal disparando contra animais atolados. Ele relata o que testemunhou no trabalho de resgate dos atingidos pela lama: "Os animais que foram arrebatados pelo rompimento da Barragem de Córrego do Feijão, em Brumadinho, recebem tratamentos diferentes. Os que estão ilhados, por exemplo, têm sido alimentados com cilagem e água por veterinários contratados pela Vale. Um desses bovinos não deixou ser sedado pelos profissionais que não tinham dardos. O plano era deixar o animal desacordado e o transportar içado num helicóptero", diz Mateus.
Confira a nota completa da PRF:
"A Polícia Rodoviária Federal (PRF), a partir da tragédia que se abateu em Brumadinho (MG) no último dia 25 de janeiro, tem se solidarizado com todas as vítimas e participado efetivamente das ações humanitárias naquela região.
A PRF está compondo o Comando de Operações, integrada e cooperando com as demais instituições componentes da força tarefa, que é coordenada pela Defesa Civil do Estado de Minas Gerais.
Com participação prevista para um período de oito dias, com possibilidades de prorrogação para atender as demandas, e com o emprego de um helicóptero configurado para resgate e transporte, além de apoio por terra, a PRF tem desenvolvido uma série de ações que vão desde o transporte de medicamentos, água, alimentos etc, até apoio às forças de segurança do Brasil e de Israel.
As equipes da PRF participaram de diversas ações de resgates de pessoas e em todas elas tiveram o apoio das outras instituições envolvidas na força-tarefa, especialmente o Corpo de Bombeiros Militar do estado de Minas Gerais. Infelizmente em alguns casos a missão foi o transporte de corpos de vítimas.
Além dos regates de vítimas presas à lama ou ilhadas, a PRF tem participado do resgate de animais também vítimas do rompimento da barragem. Vários destes animais, em destaque para os bovinos e caninos, encontram-se atolados no grande volume de lama que tomou conta da região.
No dia de ontem (28), equipe aérea da PRF fez sobrevoos na região à procura destes animais. Seguindo os protocolos estabelecidos para este tipo de situação, a equipe estava acompanhada de veterinários que faziam análise e triagem dos casos.
No percurso, diversos animais foram alimentados e hidratados para que houvesse a manutenção básica da vida até que fosse possível a mobilização de recursos de resgate.
Lamentavelmente, durante a triagem dos animais foram encontrados três casos específicos de bovinos atolados na lama, em estado de exaustão e com fraturas de membros. Após análise da equipe veterinária, considerando a impossibilidade de adoção de outras medidas, foi tomada a decisão pela eutanásia daqueles animais. O procedimento foi orientado e supervisionado pela equipe veterinária sob a coordenação do comando da operação de resgate.
A PRF reafirma seu compromisso com a ética, a técnica e a responsabilidade no cumprimento de suas missões nas rodovias federais, nas áreas de interesse da união ou onde quer que se faça necessária em apoio a outros órgãos e instituições."
Defesa Civil
Em nota, a Defesa Civil informou que a eutanásia ocorre por meio de injeção letal, e que em nenhum momento houve autorização por parte do Gabinete Militar do Governador/Coordenadoria Estadual de Defesa Civil para o abate de animais aleatoriamente ou por meio de métodos em desacordo com as normas.Confira na íntega a nota divulgada pelo órgão, na tarde desta terça-feira:
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