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Estado de Minas

Bombeiros alimentam possibilidade de encontrar mais sobreviventes, mas admitem chance 'praticamente zero'

Buscas por desaparecidos pós-rompimento de barragem em Brumadinho seguem pelo sexto dia consecutivo


postado em 30/01/2019 15:39 / atualizado em 30/01/2019 23:10

Ver galeria . 5 Fotos De propriedade da mineradora Vale, a barragem 1, situada na mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, deixou pessoas mortas, desaparecidos e uma devastação ambientalTúlio Santos/EM/D.A Press
De propriedade da mineradora Vale, a barragem 1, situada na mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, deixou pessoas mortas, desaparecidos e uma devastação ambiental (foto: Túlio Santos/EM/D.A Press )


Comandante de salvamento especializado do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, o capitão Leonard Farah admitiu que a chance de encontrar sobreviventes em meio à lama é ‘praticamente zero’. Nesta quarta-feira - o sexto dia de buscas na região da barragem que se rompeu em Brumadinho, Região Metropolitana de Belo Horizonte -, as equipes encontraram vários corpos e segmentos de corpos e os encaminharam a áreas responsáveis pela identificação.

“A gente trabalha com a chance diminuindo para praticamente zero. Os protocolos internacionais, principalmente os utilizados pela ONU e os utilizados pelos israelenses, tratam de que até sete dias a gente poderia encontrar. Então, é uma chance mínima de sobreviver”, disse Farah, em entrevista coletiva na tarde desta quarta.

Os últimos números divulgados pela Defesa Civil eram de 84 mortos e 276 desaparecidos. Apesar de admitir as chances pequenas de encontrar sobreviventes, Farah garantiu que as equipes trabalham com a possibilidade, com base em protocolos internacionais. “A gente sempre trabalha com essa possibilidade, considerando que em vários desastres no mundo inteiro já foram encontradas pessoas vivas com mais de 20, 30, 60 dias. Então, a gente trabalha com essa possibilidade”, disse.

Nesta quarta, as buscas se iniciaram pouco antes de 7h. Como a lama está mais seca, é mais fácil se locomover em meio à “área quente”, região em que os resgates se concentram. Fica mais difícil, entretanto, escavar e buscar em profundidades maiores.

“A medida que o tempo vai passando, o rejeito começa a ficar mais solidificado. Fica mais fácil de andar, mas mais difícil de cavar. Então, entram mais retroescavadeiras e escavadeiras no terreno para facilitar esse trabalho, porque a chance de sobrevida vai diminuindo”, completou.

Focos de buscas


As principais regiões de buscas nesta quarta-feira são os locais onde foram parar o refeitório da Vale, que tinha capacidade para cerca de 600 pessoas, e um ônibus. Há equipes em outras partes atingidas, mas a maioria dos 322 bombeiros está concentrada nessas duas áreas.

“A área do refeitório tem um acúmulo muito grande de material e corpos. Quando o fluxo de detrito começa a descer, a gente mapeia o local mais provável de parar. Exatamente nesse local é onde estamos conseguindo buscar corpos”, explicou Farah.

Além dos helicópteros e do auxílio de profissionais de outros estados do Brasil e também de Israel, os bombeiros começaram a utilizar, nesta quarta, um drone acoplado a um balão para monitorar as buscas.


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