Corpo de advogada que morreu em tragédia de Brumadinho é enterrado

Foram em clima de consternação e revolta as últimas homenagens à advogada, escritora e professora Sirlei de Brito Ribeiro, que morreu aos 48 anos, na sexta-feira (25), vítima do rompimento da barragem de rejeitos da Vale em Córrego do Feijão.

Amigos, familiares e autoridades lotaram o plenário da Câmara Municipal de Brumadinho mesmo sem a presença do corpo, que do Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte apenas passou pelo local antes de ir para o cemitério onde foi enterrado.

“A Sirlei sempre trabalhou em prol da comunidade e alertou para o risco de rompimento das barragens de rejeito de minério. As mineradoras, não só a Vale, chegavam a dizer que ela era muito chata. Agora, não vai ser só uma chata, vão ser quatro chatos clamando por justiça”, disse Sirlene de Brito Ribeiro, irmã da vítima, que também era coordenadora do curso de direito da Faculdade Asa de Brumadinho e ainda secretária municipal de serviço social.

Mesmo muito abalada, chegando a chorar compulsivamente, ela não deixou e clamar por punição. Afinal, segundo ela, está claro que houve, no mínimo, negligência da empresa, o que resultou na morte não só de trabalhadores como de quem não tinha relação direta, como era o caso da irmã.

Os familiares também reclamaram da falta de informações nos primeiros dias depois da tragédia. Como Sirlei não era funcionária nem prestava serviço para a Vale, seu nome não constava na lista de desaparecidos, o que levou todos ao desespero.

“Tivemos de implorar por ajuda para achar o corpo. Felizmente os bombeiros foram sensacionais e nos ajudaram a encontrá-lo. Fica a dor de uma perda enorme”, explica Eliana Cristina de Brito Toscano, sobrinha da advogada.

Entre as autoridades, esteve presente no enterro o prefeito de Brumadinho, Nenem da Asa. E muitos alunos, ex-alunos, companheiros de trabalho e de profissão de Sirlei.