Jornal Estado de Minas

Prefeito diz que 40% dos moradores de Brumadinho estão 'ilhados'; aulas podem ser adiadas por isso

Brumadinho - Cerca de 15 mil moradores da zona rural de Brumadinho estão "ilhados" desde a última sexta-feira, quando a barragem da Vale, em Córrego do Feijão, se rompeu deixando dezenas de mortos e desaparecidos. Segundo o prefeito Neném da Asa (PV), esse número corresponde a 40% da população. A situação é tão complicada que se não houver a liberação de duas estradas, será preciso adiar o início das aulas da próxima segunda-feira (4) para o dia 11 de fevereiro.

Nesta quinta-feira o prefeito fez um apelo para que as autoridades liberam as duas estradas: uma que liga Brumadinho a Piedade do Paraopeba e outra que dá acesso ao Córrego do Feijão. "Essas pessoas estão praticamente ilhadas. Estão sem condições de comprar coisas na cidade, sem médico e, se não houver liberação até o fim da semana, não haverá como ter aulas também porque os alunos não terão como chegar às escolas", disse. O prefeito afirmou que, se a situação não for solucionada, a Faculdade Asa também precisará adiar o retorno das atividades.

O prefeito também falou da situação de dificuldade financeira do município. Segundo Neném dava se a vale não continuar pagando os impostos como prometeu Brumadinho pode ficar sem ter como executar serviços básicos.

O prefeito pediu que parte das multas aplicadas pelo governo do estado e pelo Ibama à Vale seja revertida para o município Brumadinho.
Cada um deles aplicou R$ 100 milhões de penalidade por causa da tragédia. O próprio município também aplicou multa de R$ 100 milhões e mais R$750 mil como indenização pelo desastre que ocorreu no município.

De acordo com o prefeito, cerca de 40% da arrecadação de Brumadinho vem da compensação financeira pela exploração do minério. A estimativa é que este valor seja de cerca de R$ 5,5 milhões por mês.

Pessoas vivas Apesar de os bombeiros falarem em chances mínimas, o prefeito Neném da Asa disse nesta quinta-feira acreditar que vítimas do rompimento da barragem ainda possam ser encontradas com vida. " Nestes 7 km de extensão da barragem até a lama cair no Paraopeba pode ter gente que foi jogada para as margens. Acredito que ainda tenha gente com vida", disse. O prefeito ressaltou que a prioridade no momento são esses resgates.


Neném da Asa voltou dizer que a fale falhou com a barragem. O prefeito afirmou que a fiscalização é atribuição federal a licença vem do estado, mas que cobrou da Vale a garantia de segurança Córrego do Feijão, justamente por causa do que ocorreu em Mariana..