“Vale assassina”. “A Vale mata”. Essas são duras palavras que ilustram cartazes durante uma manifestação na Praça da Liberdade, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Centenas de pessoas se concentram, desde o fim da tarde desta quinta-feira, em frente ao Memorial Minas Gerais Vale. O protesto é em apoio as vítimas, familiares, e moradores de Brumadinho, na Grande BH, que foram atingidos pelo rompimento da barragem da Minas Córrego do Feijão. Também cobram punição aos responsáveis. A tragédia deixou, até o momento, dezenas de mortos e centenas de desaparecidos. Além de provocar danos ambientais.
Com faixas, cartazes e bandeiras, os manifestantes se reuniram na Alameda da Educação. Eles se concentram na escadaria do Memorial Minas Gerais Vale e na Praça da Liberdade. O trânsito na região é lento por causa da interdição.
O grupo leva mensagens contra a mineradora. “Quantos trabalhadores a vale matou?”. “A sua vida frente ao capital de nada Vale”. “Não foi acidente”. “A Vale mata”. Essas foram algumas das frases usadas pelos manifestantes.
A professora Florismenia Maria do Carmo, de 37 anos, foi uma das presentes na manifestação. "Eu moro em Esmeraldas (Grande BH), que é uma das cidades abastecidas pelo rio Paraopeba. E o rio foi assassinado. Não sabemos se a lama chegará até o Rio das Velhas. Isso é um absurdo", disse. "O protesto é válido para toda a população", acrescentou.
Chyntia Santos, de 29, também ficou comovida durante o ato: "Foi algo que me colocou para pensar em tudo na minha vida. A mineração é tão intensa e precisamos pensar nos nosso hábitos de consumo. O que ocorreu me fez refletir sobre o que eu compro e porque eu compro. O que eu posso fazer para melhorar o que está acontecendo?", questionou. "Essa tragédia mexeu comigo como pessoa e como cidadã."