Uma operação para entrega de caminhões-pipa foi montada para distribuir água para os moradores ribeirinhos que fazem a captação, de forma autônoma, do Rio Paraopeba. A medida foi tomada depois que o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM) detectou a contaminação da água do manancial por causa do rompimento da barragem em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) garantiu, nesta quinta-feira, que nenhuma cidade localizada ao longo do rio faltará água.
A contaminação foi confirmada em boletim divulgado pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM) sobre o monitoramento da qualidade da água do rio, realizado pelo órgão, juntamente com Agência Nacional de Águas (IGAM), Serviço Geológico do Brasil (CPMR) e a Copasa. O informe apontou uma alta concentração de metais pesados no Rio Paraopeba.
As maiores concentrações foram de chumbo total e mercúrio total, 21 vezes maior que o limite permitido pelas normas ambientais. Também foram constadas a presença no rio de outros metais como níquel, cádmio e cinco, acima dos valores que podem ser tolerados.
Segundo o tenente-coronel Flávio Godinho, da Defesa Civil, não há risco de desabastecimento em cidades situadas ao longo do Rio Paraopeba. “Importante ressaltar que nenhuma comunidade, nenhum bairro, nenhuma cidade, que existe a entrega da água pela Copasa ou outra concessionária, vai faltar água. A ideia é que continua normalmente”, explicou.
Porém, o tenente-coronel fez uma ressalva em relação aos moradores que fazem a captação autônoma da água do Rio Paraopeba. “Elas não podem consumir esta água”, alertou. Segundo ele, o Igam tem uma lista das outorgas das pessoas que fazem essa captação e medidas já estão sendo tomadas. “Uma reunião definiu que 50 caminhões-pipa, com capacidade de 20 mil litros de água, vão abastecer esses moradores”, finalizou.