Jornal Estado de Minas

Lama que vazou de barragem em Brumadinho atingiu área de influência do Parque do Rola-Moça

Mapa mostra área atingida no entorno do Rola-Moça - Foto: Instituto Estadual de Florestas (IEF) / Divulgação
Os 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração que vazaram da barragem da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, também provocaram danos em áreas de preservação em Minas Gerais. A lama atingiu a área de amortecimento do Parque Estadual da Serra do Rola-Moça e parte da Área de Proteção Ambiental (APA) Sul. Análise preliminar do Instituto Estadual de Florestas (IEF) indica que 290,14 hectares, o correspondente a mais de 290 campos de futebol, foram impactados na tragédia.

As análises foram feitas por meio de interpretação de imagens de satélite dos dias 18 de janeiro, data anterior ao rompimento, e 27 de janeiro, dois dias após desastre. A lama de rejeitos de minério cobriu uma extensão 290,14 hectares, entre o local da barragem e o encontro com o Rio Paraopeba. Desse total, segundo o IEF, a área da vegetação impactada representa 147,38 hectares.

No percurso da lama de rejeitos estão duas áreas de preservação. Os  rejeitos afetaram parte da zona de amortecimento do Parque Estadual da Serra do Rola Moça, totalizando 225,20 hectares. Segundo o IEF, o terreno atingido pela lama representa 0,4646% da área do entorno da unidade de conservação.
Ao todo, a área verde tem 3.941,09 hectares.

Área atingida pela lama de rejeitos na APA Sul - Foto: Instituto Estadual de Florestas (IEF) / Divulgação

O parque é uma das áreas verdes mais importantes do estado e terceiro maior parque em área urbana do país. A unidade de conservação da Serra do Rola-Moça abriga seis mananciais que abastecem parte da população da Capital. Além disso, é habitat de espécies da fauna ameaçadas de extinção, como a onça-parda, a jaguatirica e o lobo-guará.



De acordo com o IEF, aproximadamente  10,68 hectares da APA Sul também foram atingidos pelo mar de lama. “Essa parcela representa essencialmente parte da própria área da Barragem B1”, explicou o Instituto. A área verde tem aproximadamente 170 mil hectares. Nela, estão duas grandes bacias hidrográficas, a do Rio São Francisco e a do Rio Doce, que respondem pelo abastecimento de aproximadamente 70% da população de Belo Horizonte e 50% da população de sua região metropolitana.


O IEF afirmou que o levantamento será usado para avaliar os danos provocados sobre a flore nativa e, ainda, para determinar medidas compensatórias e reparadoras. “O IEF permanece acompanhando os danos ao meio ambiente provenientes do rompimento da Barragem B1 e avaliará possíveis outras áreas de vegetação e unidades de conservação que, por ventura, venham a ser impactadas”, finalizou. .