Os 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração que vazaram da barragem da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, também provocaram danos em áreas de preservação em Minas Gerais. A lama atingiu a área de amortecimento do Parque Estadual da Serra do Rola-Moça e parte da Área de Proteção Ambiental (APA) Sul. Análise preliminar do Instituto Estadual de Florestas (IEF) indica que 290,14 hectares, o correspondente a mais de 290 campos de futebol, foram impactados na tragédia.
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Prefeitura quer que Vale pague salário para os funcionários que estão em casa e R$ 50 mil para casas atingidasMoradores de zonas afetadas pela tragédia de Brumadinho também receberão dinheiro da ValeLama chegou a 114km/h logo após o rompimento da barragem; veja vídeo'Continuaremos incansavelmente a realizar buscas' afirma porta-voz do Corpo de BombeirosBombeiros afirmam que nenhum metro de lama ficará sem ser verificadoChega a 115 o número de mortes na Tragédia de Brumadinho; 248 seguem desaparecidosVídeos mostram homenagens às vítimas da tragédia de Brumadinho; assistaNo percurso da lama de rejeitos estão duas áreas de preservação. Os rejeitos afetaram parte da zona de amortecimento do Parque Estadual da Serra do Rola Moça, totalizando 225,20 hectares. Segundo o IEF, o terreno atingido pela lama representa 0,4646% da área do entorno da unidade de conservação.
O parque é uma das áreas verdes mais importantes do estado e terceiro maior parque em área urbana do país. A unidade de conservação da Serra do Rola-Moça abriga seis mananciais que abastecem parte da população da Capital. Além disso, é habitat de espécies da fauna ameaçadas de extinção, como a onça-parda, a jaguatirica e o lobo-guará.
De acordo com o IEF, aproximadamente 10,68 hectares da APA Sul também foram atingidos pelo mar de lama. “Essa parcela representa essencialmente parte da própria área da Barragem B1”, explicou o Instituto. A área verde tem aproximadamente 170 mil hectares. Nela, estão duas grandes bacias hidrográficas, a do Rio São Francisco e a do Rio Doce, que respondem pelo abastecimento de aproximadamente 70% da população de Belo Horizonte e 50% da população de sua região metropolitana.
O IEF afirmou que o levantamento será usado para avaliar os danos provocados sobre a flore nativa e, ainda, para determinar medidas compensatórias e reparadoras. “O IEF permanece acompanhando os danos ao meio ambiente provenientes do rompimento da Barragem B1 e avaliará possíveis outras áreas de vegetação e unidades de conservação que, por ventura, venham a ser impactadas”, finalizou. .