O porta-voz do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, tenente Pedro Aihara, admitiu na manhã desta segunda-feira (4) que alguns corpos das vítimas do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho nunca serão encontrados.
De acordo com Aihara, chega um momento em que pela situação de decomposição dos corpos vai ser difícil localizá-los. Questionado se haveria a possibilidade de algumas das vítimas nunca serem encontradas, o tenente afirmou que essa hipótese é vislumbrada pelos bombeiros.
De acordo com o tenente, já era esperada uma redução no número de corpos a serem encontrados por dia. Isso porque em um primeiro momento são encontrados aqueles que estão em níveis mais superficiais da lama. "Essa recuperação é muito mais fácil de acontecer, tanto pelo ponto de vista de esses corpos serem achados com mais facilidade, quanto do ponto de vista de retirada deles".
De acordo com o tenente, com o avançar dos dias, além de ser mais complicada a localização, a logística para um resgate é muito mais difícil e demorada. No estágio atual, para cada novo corpo é preciso fazer um trabalho de escoramento do local e um meticuloso manuseio para não atrapalhar a identificação posterior pelo Instituto Médico Legal (IML). "Questão de quantidade de corpos vai diminuir mesmo. Com relação a tempo de operação, vai durar meses certamente. Em Mariana, que teve um número muito menor de corpos, ficamos três meses e aqui a gente pretende operar por esse tempo. A gente só vai parar quando for impossível fazer um resgate de corpos ", disse Aihara.
Até esta manhã, 134 corpos haviam sido resgatados e 199 pessoas estavam desaparecidas em Brumadinho. Em Mariana, onde a Barragem do Fundão se rompeu em novembro de 2015, foram 19 mortos sendo que um dos corpos nunca foi encontrado.
Até esta manhã, 134 corpos haviam sido resgatados e 199 pessoas estavam desaparecidas em Brumadinho. Em Mariana, onde a Barragem do Fundão se rompeu em novembro de 2015, foram 19 mortos sendo que um dos corpos nunca foi encontrado.