“Tudo foi embora. Acho difícil conseguirmos recuperar algo de lá. Como vai ser a nossa vida daqui pra frente? Produzir nesses locais nunca mais.” Pascoal Moreira Filho é presidente da Associação Produtores Rurais de Brumadinho e se diz muito preocupado com o setor agrícola da cidade. Além da perda humana e ambiental, muitos perderam seus meios de produção. E para tentar minimizar a situação, ocorreu uma reunião entre os produtores rurais atingidos pelo rompimento da barragem e a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), em Brumadinho, na Região Metropolitana de BH. O encontro ocorreu na Câmara Municipal da cidade e contou com dezenas de agropecuários.
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Polícia Civil já emitiu 24 carteiras de identidade para atingidos em BrumadinhoReunião com produtores rurais atingidos em Brumadinho discute prejuízos Justiça proíbe operação de barragens da Vale em Nova Lima, Ouro Preto e São Gonçalo do Rio AbaixoBrumadinho: Anatel disponibiliza localização de celulares da populaçãoVoluntários oferecem serviços para aliviar sofrimento e aumentar alegria da comunidade de Córrego do FeijãoEsperança: voluntários animam o fim de semana de crianças de BrumadinhoConforme o Estado de Minas mostrou na semana passada. a região de Brumadinho é um importante centro de fornecimento de hortifrutigranjeiros para a Ceasa. Em 2018, o município forneceu 13,4 mil toneladas, equivalente a 0,9% da oferta total do entreposto.
Os agricultores ainda não conseguem quantificar os prejuízos com o derramamento de lama. A cidade fornece quase um terço de toda tangerina ponkan que a central de Contagem recebe (28,6%), além de ser importante no abastecimento de chuchu (5%) e jiló (8,7%). Mesmo com o impacto, entretanto, a Ceasa descarta a possibilidade de escassez de produto, uma vez que a ponkan está fora de safra e jiló e chuchu são ofertados por outros municípios.
A fundação e a Senar Minas levaram equipes das áreas de assessoria jurídica, técnica e ambiental, além de profissionais da promoção social, para levantar as principais necessidades dos produtores em imediato e em médio prazo, e buscar alternativas.
"Precisamos proporcionar o quanto de leite está sendo perdido e a quantidade de água que será necessária ate que se estabeleça a regularidade do Rio Paraopeba. (...) Estamos com ações de médio prazo. Vamos instalar núcleo permanente do Sebrai – que caminhará para uma 'casa do empreendedor' municipal.