Pelo menos 30% das notícias mais divulgadas sobre a tragédia de Brumadinho na última semana eram falsas ou incorretas, segundo um estudo da Diretoria de Análises de Políticas Públicas (DAPP) da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Diferentemente do que ocorre num contexto eleitoral - em que as fake news teriam por objetivo trazer vantagens para determinados grupos políticos -, no caso da tragédia, a meta é atrair cliques. Essas notícias falsas são divulgadas mesmo a custo da propagação de mentiras ou desinformação.
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Segundo o estudo, a maior parte dos links de maior alcance de desinformação é de aspecto emocional. Ou seja, os conteúdos mostram imagens de resgate de pessoas e, principalmente, de animais que, na verdade, não tem veracidade comprovada. Um dos vídeos mais divulgados, segundo o levantamento, atribuído a um salvamento dos militares israelenses, ocorreu, na verdade, na guerra da Síria.
Outro levantamento feito pela FGV nos primeiros dias depois da tragédia revelou uma grande mobilização no Twitter. Entre as 12h de sexta-feira, 25 de janeiro, dia do rompimento, até as 12h de segunda-feira, dia 28, foram 3,95 milhões de menções na rede social. Nesse caso, a maior parte das postagens, cerca de 110 mil, era em solidariedade às vítimas e pedidos de ajuda.
Cerca de 600 mil postagens (15% do debate) faziam algum tipo de referência à Vale, a empresa responsável pela barragem. A maior parte ataca a mineradora por suposta negligência em relação às causas do desastre e ao atendimento das vítimas.
Outras postagens cobram a identificação dos responsáveis e providências judiciais imediatas contra a empresa. A fiscalização ambiental também foi um tema abordado, com 195 mil menções (5%).
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