Brumadinho – Mais oito corpos foram localizados ontem durante as buscas comandadas pelo Corpo de Bombeiros nas áreas invadidas pela lama que vazou da barragem da Vale que se rompeu em Córrego do Feijão, distrito de Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e transportados por helicópteros para o centro de operações montado na localidade. De acordo com dados da Defesa Civil, 142 mortos foram encontrados, dos quais 122 identificados pela Polícia Civil por meio do Instituto Médico-Legal (IML). No total, 194 pessoas permanecem desaparecidas.
As buscas ao longo do dia se concentraram em 22 pontos e contaram com o trabalho de 375 bombeiros e 37 voluntários, apoiados por 22 máquinas pesadas. Cães também auxiliaram nas ações. Do total de efetivo, 64 pessoas são militares da Força Nacional, empenhados nas buscas na Pousada Nova Estância, que foi destruída pelo mar de lama. Também atuam no local do desastre bombeiros de Minas Gerais e de outros estados.
Leia Mais
Chuva esperada para fevereiro pode arrastar mais rejeitos até o Rio ParaopebaVale se compromete a pagar salário de janeiro de funcionários da mina em BrumadinhoAtingidos 'invisíveis': veja histórias de pessoas afetadas indiretamente pela tragédia em BrumadinhoGrupo se mobiliza para buscar reparação às vítimas da tragédia em BrumadinhoAinda ontem, o prefeito de Brumadinho, Avimar de Melo Barcelos, informou que um muro de contenção com pedras será construído nos pontos onde a estrada que liga a sede da cidade a seus principais distritos e também a Belo Horizonte, via BR-040, foi tomada pela lama. De acordo o chefe do Executivo municipal, a ideia é barrar a lama que continua caindo na estrada 12 dias após o rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão. A expectativa é que a via seja liberada até sábado.
Na manhã de ontem, um dos trechos da via chegou a ser liberado para veículos autorizados, ambulâncias e viaturas da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, mas logo depois foi bloqueado novamente. O motivo, segundo militares, era o risco de desabamento na via. “Não dá para passar mais nada.
ILHADOS De acordo com a prefeitura, três estradas de Brumadinho ainda estão bloqueadas, deixando mais de 40% da população da zona rural ilhada. “Não tem como passar nada. Está prejudicando muita gente, por exemplo, era para começar o transporte escolar nesta segunda, mas tivemos que adiar, porque a gente tira lama que está lá e cai outra”, afirmou. Com o bloqueio, o deslocamento, que normalmente levaria 15 quilômetros até um dos distritos, por exemplo, acaba se transformando em viagens de 70, 90 quilômetros de distância.
Na tarde ontem, técnicos do DEER, engenheiros da Vale, empresa responsável pela barragem da Mina do Córrego do Feijão e da Prefeitura de Brumadinho se reuniram para discutir e buscar soluções para o problema. Segundo Avimar, a Vale se comprometeu a construir barreiras de contenção nos trechos onde há risco de a lama tomar novamente a estrada. “As obras começaram hoje (ontem) e até sábado a gente acredita que as vias estejam liberadas”, afirmou.
Por meio de nota, o DEER informou que desde o dia do desastre está no local “orientando e estudando a melhor maneira de desobstruir a via”. Ainda segundo texto, o órgão fez um levantamento topográfico desse ponto, onde a lama interditou a rodovia, e entregou ontem à Vale.