Tomado pela lama de minério de ferro, restos de construção e de natureza morta, o trecho o Rio Paraopeba que recebe as águas do Córrego do Feijão era reduto de praticantes da canoagem. A combinação das pedras com curvas sinuosas ofereciam condições favoráveis para iniciantes, que se aventuravam com caiaques nas corredeiras sepultadas pelos rejeitos da barragem da Vale em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte.
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Praticantes da canoagem procuravam trechos próximos à foz do Córrego do Feijão até a altura da estrada Alberto Flores, que continua interditada para a retirada da lama, dividindo o município de Brumadinho.
Agora avermelhadas, as águas amarronzadas do Paraopeba exigiam cuidado, mas ofereciam condições para a prática de esportes aquáticos. “A gente sempre tomava um vermífugo para se precaver.
Em sua última navegação pelo Paraopeba, o ambientalista Rafael Bernardes, de 59, adepto da canoagem, fez um mutirão para recolher lixo e plantar árvores.
“Toda vida teve minério no Paraopeba e o rio sempre foi muito maltratado. Jogavam gado morto na nascente. Agora, infelizmente, é que não vai prestar mesmo. E acabou com a captação de água no Paraopeba. É um absurdo mesmo”, diz Bernardes.
Qualidade da água
O monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais de Minas Gerais, do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), do terceiro trimestre de 2018, apontou que foi encontrado no Rio Paraopeba o Índice de Qualidade da Água (IQA) “muito ruim”. “Essa condição é favorecida principalmente pelo lançamento de grandes quantidades de esgotos domésticos e efluentes industriais lançados nos corpos de água”, explica o relatório.
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