A medida em que os dias vão passando é possível constatar outras dimensões do rompimento da barragem da Mina do Feijão, da Vale, localizada em Brumadinho. Além das centenas de mortes e desaparecidos e do estrago ambiental, as repercussões afetam a economia e o turismo.
De acordo com Paulo Cesar Pedroso, presidente Federação de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado de Minas Gerais (Fhoremg), os impactos na hotelaria em cidades até 100 km da capital são “terríveis”.
“O turismo na região metropolitana deve sofrer muito. A hotelaria deve ser um setor bem atingido, principalmente as pousadas. Os impactos são terríveis”, afirmou.
Ainda de acordo com Paulo, os impactos “já estão sendo sentidos” e devem durar ainda por um bom tempo. A preocupação é tanta que a entidade deve começar a fazer um diagnostico para entender a fundo os impactos. Os trabalhos, segundo o presidente da Fhoremg, serão iniciados na próxima semana.
“A repercussão é negativa. O turista vê aquilo e deixa de vir. Ainda é impacto pelo fechamento do Inhotim, que já volta a funcionar neste fim de semana, mas as pessoas vão ficar preocupadas. E nem tem mais aonde se hospedar direito”, disse.
Após duas semanas de portões fechados em razão do rompimento da barragem, o Instituto Inhotim reabre neste sábado, com entrada gratuita para todos os visitantes. O complexo de arte contemporânea e jardim botânico fica a 16 quilômetros da barragem que se rompeu e é responsável por impulsionar o turismo na região. As instalações não foram atingidas.
Até o momento, o Corpo de Bombeiros informou que foram confirmados 150 mortos e 182 desaparecidos. O trabalho mantém um efetivo de 428 agentes nas operações nesta quarta-feira. As equipes de salvamento estão alocadas em 40 pontos ao longo do mar de rejeito que encobriu a cidade no dia 25 de janeiro.
Os focos de busca estão nas áreas da portaria da mina do Córrego do Feijão, do estacionamento, de uma área de britagem chamada ITM e da locomotiva.