Pelo menos 500 pessoas de três comunidades de Barão de Cocais, na Região Central de Minas, tiveram que deixar suas casas na madrugada desta sexta-feira por conta de um alerta na barragem Sul Superior da mina Gongo Soco, da Vale. Segundo a mineradora, responsável pela barragem que se rompeu em Brumadinho, na Grande BH, a decisão é preventiva e ocorreu após a consultoria Walm negar a Declaração de Condição de Estabilidade à estrutura.
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Nicolson Resende, de 51 anos, foi impedido de voltar para casa pela Polícia Militar (PM), que cerca as áreas de risco.
“Como medida de segurança, a Vale está intensificando as inspeções da barragem Sul Superior. Também será implantado equipamento com capacidade de detectar movimentações milimétricas na estrutura. A Vale está trazendo consultores internacionais para fazer nova avaliação da situação no próximo domingo”, informou a empresa por meio de nota enviada nesta madrugada.
Vídeo mostra moradores saindo de casa durante o alerta
"Diante de observações e monitoramentos realizados pela Agência Nacional de Mineração (ANM), Defesa Civil do Estado e do município, e pela empresa Vale, foi acionado o Nível 2 de risco na barragem Sul Superior da Mina do Gongo Soco. A informação até esse instante é de um desnível na estrutura", diz a nota prefeitura no Facebook.
"Por esse motivo, seguindo as recomendações repassadas pelos entes responsáveis e pela mineradora, os moradores da comunidade do Socorro e adjacências estão sendo evacuados neste momento por ônibus da Vale e demais veículos de apoio."
A prefeitura de Barão de Cocais ressalta que o procedimento está sendo realizado por precaução. Conforme a administração municipal, os moradores estão sendo encaminhados ao ginásio poliesportivo da cidade.
A Vale diz que a barragem Sul Superior é uma das 10 a montante inativas remanescentes da mineradora, e que faz parte do plano de descomissionamento divulgado em 29 de janeiro, quatro dias após o rompimento da barragem em Brumadinho, que matou mais de 150 pessoas. Ainda segundo a Vale, a barragem de Barão de Cocais suportava a produção da mina de Gongo Soco, cuja produção de minério de ferro foi paralisada em abril de 2016. (Com Estadão Conteúdo)