O Rio Manso e parte da BR-381 podem ser atingidos em caso de rompimento da barragem de Serra Azul, da ArcelorMittal, em Itatiaiuçu, Região Metropolitana de Belo Horizonte. A informação é do Corpo de Bombeiros. Durante a madrugada, 65 pessoas tiveram que sair de casa após a siderúrgica detectar uma mudança no nível de segurança da estrutura.
A Defesa Civil de Minas Gerais foi acionada pela própria mineradora nas primeiras horas desta sexta-feira. Policiais militares e bombeiros ajudaram em uma busca ativa nas residências para localizar mais pessoas. Por volta das 11h, o Corpo de Bombeiros informou que a situação estava controlada. Segundo a corporação, a barragem tem 90 metros e 5,2 milhões de metros cúbicos. “Se houver o rompimento atingirá o Rio Manso e parte da BR-381”, informam os bombeiros. No rio há um dos principais reservatórios responsáveis pelo abastecimento de água na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
A partir do momento em que o órgão recebeu a notícia de mudança do estágio 1 para o estágio 2, essa situação obrigou a evacuação das famílias. “Essas famílias significam cerca de 200 pessoas e nossa última atualização aponta que 72 já foram transferidos para um hotel em Itaúna. Também há algumas pessoas que preferiram ir para a casa de parentes”, diz o capitão Herbert Aquino, da Defesa Civil Estadual.
“Não houve disparo de sirenes pela empresa. Existem pessoas que estão na dúvida se estão na área de risco. Então nós estamos fazendo o cadastramento para atestar junto à empresa se realmente está ou não, até para tranquilizar a população”, acrescentou o capitão.
“A ação segue a atualização de uma avaliação feita no local, contratada pela ArcelorMittal Mineração e realizada por auditoria independente. A avaliação incluiu testes de stress feitos na barragem de Serra Azul, a partir de dados e aprendizado decorrentes dos eventos da barragem do Feijão, em Brumadinho”, informou a siderúrgica por meio de nota. “Baseado na variação do fator de segurança, a decisão tomada foi de evacuar todos os residentes enquanto testes adicionais estarão sendo tomados e qualquer medida de mitigação possa ser implementada. O trajeto histórico a ser seguido pelo fluxo, em caso de colapso, avaliado quando a barragem estava ativa, era de aproximadamente de quatro a cinco quilômetros”.
A produtora de aço afirma que a medida é “puramente de precaução”, pois a comunidade fica a 5 quilômetros de distância da comunidade e ressalta que os moradores permanecerão acomodados em novos locais enquanto os testes adicionais estão em andamento e “até que a segurança da barragem de rejeitos possa ser 100% garantida”. Clique aqui para ler o posicionamento na íntegra.