Ao meio-dia, o galo canta, desorientado. Não há ninguém para acordar. As pacatas ruas da comunidade do Socorro, em Barão do Cocais, Centro de Minas Gerais, estão ainda mais vazias nesta sexta-feira. Durante a madrugada, moradores tiveram que deixar às pressas casas, pertences e a criação. Por volta de 1h, o temido alarme soou para indicar o risco do rompimento da Barragem Sul Superior da Mina Gongo Soco, da Vale.
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Se romper, barragem em Itatiaiuçu pode atingir a BR-381 e o Rio MansoMina que gerou evacuação em Barão de Cocais é sítio histórico do estadoApós alerta de barragem, moradora de Itatiaiuçu tem medo de voltar para casaMegaempreendimento da Vale: 'Se arrebentar, acaba com Itabirito', diz morador Moradores de Barão de Cocais e Itatiaiuçu não têm previsão para retornarem às suas casas'Estamos fugindo da morte': risco de rompimento de barragem faz moradores buscarem novos laresA igrejinha, no centro do vilarejo, estava de portas fechadas. A poucos metros de lá, uma equipe de resgate buscava pessoas numa das poucas casas que ainda não haviam sido evacuadas. "Sempre tem um teimoso que bate o pé e diz que não vai sair de lá", relatou um policial militar que preferiu não se identificar.
Preocupção
Mais de 500 pessoas deixaram a área de risco, que envolve também as comunidades de Tabuleiro e Piteiras, na madrugada desta sexta-feira. Parte delas foi recebida no Ginásio Poliesportivo de Barão de Cocais. Lá, foram cadastradas num sistema da Vale e enviadas a hotéis da cidade e de Santa Bárbara e Caeté, municípios vizinhos.
Muitos dos que saíram já se preocupam com o que deixaram para trás. "Ficaram cinco cachorros meus em minha casa, que não consegui pegar", disse o professor e empresário Nicolson Resende, de 51 anos. Ele foi impedido de voltar para casa por policiais militares, que cercam a área de risco.
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