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Estado de Minas

'Estamos fugindo da morte': risco de rompimento de barragem faz moradores buscarem novos lares

Regiões em torno da mina Gongo Soco, em Barão de Cocais, foram evacuadas na madrugada desta sexta-feira


postado em 08/02/2019 14:14 / atualizado em 08/02/2019 20:59

Moradores retiram pertences de casas que estão em área de risco(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A.Press)
Moradores retiram pertences de casas que estão em área de risco (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A.Press)

A alegria no rosto de Raimundo Salvador, de 56 anos, contrasta com a preocupação e a tristeza perceptíveis nas palavras do aposentado: "Estamos fugindo da morte", lamenta. Ele e a esposa Aparecida das Dores, 56, precisaram deixar às pressas a casa recém-construída por conta do risco do rompimento da barragem Sul Superior da mina Gongo Soco, da Vale, em Barão de Cocais, Região Central de Minas Gerais.

De moto, Raimundo carregou documentos e alguns móveis pequenos da casa nova - que ele mesmo construiu, sozinho, há menos de dois anos - para a antiga. "Como essa mais velha é num lugar alto, resolvemos trazer as coisas para cá", conta. Depois, os dois contrataram um profissional com um caminhão para levar geladeira e colchões.

"Mais ou menos 2h da manhã, os policiais passaram na nossa rua avisando que estávamos em uma área de risco. Aí saímos correndo, ficamos doidos, sem saber o que fazer. Mas Deus sabe o que faz. O importante é a vida", diz Aparecida, que é produtora rural.

Os dois se mudaram do bairro São Benedito para o bairro Santa Cruz. A casa de onde eles precisaram sair fica às margens do rio conhecido como Ponte Paixão, que pode ser afetado em caso de rompimento da barragem em Barão de Cocais.

Comunidade do Socorro onde moradores deixaram as casas(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A.Press)
Comunidade do Socorro onde moradores deixaram as casas (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A.Press)


De aluguel


O pedreiro Reinaldo Silva, de 42 anos, a esposa e dois filhos deixaram o local onde moram, às margens do rio Ponte Paixão, para buscar um novo lar. Eles precisaram alugar uma casa às pressas. "Vamos levar as coisinhas que temos para levar. Foi uma correria. Não tinha dinheiro, tenho que ralar para pagar. O que eu quero é tirar o pessoal de lá mesmo", desabafa.

Hotéis


Mais de 500 pessoas deixaram a área de risco, que envolve as comunidades de Socorro, Tabuleiro e Piteiras, na madrugada desta sexta-feira. Parte delas foi recebida no Ginásio Poliesportivo de Barão de Cocais. Lá, foram cadastradas num sistema da Vale e enviadas a hotéis da cidade e de Santa Bárbara e Caeté, municípios vizinhos.


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